É quase uma continuação do post anterior (A Volatilidade da Comunicação e da Informação).Escrevemos quase sem parar, pela necessidade de gritar, jogar ao mundo e para fora de nós, toda sorte (ou azar) de sentimentos, dores, amores, choros e velas, alegrias e prazeres, o compromisso (no meu caso), é apenas com o que penso e sinto, sem esperar nada, nem mesmo a leitura.
Vi um recente estudo sobre a quantidade de páginas acessadas/lidas e se concluí que nunca a humanidade leu tanto (sem entrar no mérito da qualidade) como agora, por influência das redes sociais. É fato que lemos horrores diariamente, páginas e páginas, textos nos comunicadores pessoais, é um consumo absurdo de informações (novamente, sem valorar o conteúdo).
Há que se objetar de que se lê em profusão, entretanto não se avança do ponto de vista civilizatório, ao contrário há um claro movimento de retrocessos e questionamentos aos valores humanos elementares, aos diretos humanos e aos direitos fundamentais da vida e existência, desprezo à diversidade sexual, cultural e regional, como se as redes sociais tivessem poder de regrar a vida e comportamento humano.
Essa flagrante contradição, entre excesso de informações e retrocesso civilizatório, é quase uma síntese dessa nova arena de disputa política e ideológica. O grande problema é que não há debate, vive-se de enxurradas de milhões de posts e mais post, que se perder malandramente no chamado poder dos algoritmos, a ferramenta que controla ao gosto do Kapital, dessas corporações assumidamente reacionárias, como Facebook, Google, Instagram, etc.
É perceptível que o controle ideológico das redes sociais há muito escapou do tal “politicamente correto”, dar-se o inverso, os direitos humanos e individuais são reiteradamente atacados nas redes sociais, sob o silêncio das corporações que as controlam. Os mais abjetos ataques são feitos e tolerados, como se fossem meros exercícios de liberdade de expressão, não são.
Ainda que escrevamos, que combatamos a onda geral, nosso poder de fogo é extremamente limitado, não há democracia nas redes sociais, aliás, pioraram os mecanismos de isolamento político, o que a grande mídia corporativa fazia desde sempre.
Nas redes sociais a “ágora” foi sequestrada pelos algoritmos bem manietados por quem manda nelas, o grande Kapital.