A palavra não volta.
Essa é uma regra de ouro em negócio e relações pessoais, tem o significado da confiança que representa. Caso você dê sua palavra, ela vira um compromisso, ganha um ar solene e de valor daquilo que é dito e firmado, algo maior do que um contrato. No mundo do dever/ser, do fio do bigode.
Assim como a “palavra” lançada ao vento, tem um peso inestimável e ela torna escravo do que escreve ou diz, sendo gravado ou não, é uma forma de valer o que se pensa e como sua capacidade de manter uma ideia, uma filosofia professada, uma visão política.
A palavra não retorna para de onde partiu, ela ganha mundo, vira uma marca de quem a escreveu, numa mesa, redonda ou quadrada, uma vez pronunciada, cabe um debate, mas não tem como apagar, deletar, revelado o que se pensa, a “palavra” lhe definirá, não importa o valor, positivo ou negativo, que ela assumirá dali em diante.
O cuidado extremo com cada “palavra” pronunciada, ou escrita, deveria ser a maior cautela que cada um de nós toma na vida. Por exemplo, Antônio não se livraria do compromisso com Shylock, se não fosse pelo ardil de Porcia que o libera, apenas pela inexatidão do que fora assumido.
Lear distribuiu seu reino, conforme o que prometeu às filhas, cumpriu fielmente, sem refletir o que efetivamente estava a fazer, elas eram sangue do seu sangue, entretanto, nada lhe garantia que elas tivesse a reciprocidade para com ele, foi unilateral.
A Palavra gera tantas obrigações, cansa só de pensar e pesar.