O ano se iniciou num clima diferente de como (não) acabou em 2020, depois de meses de uma certa resistência ao pedido de Impeachment de forma militante, especialmente no meio jurídico e político, mesmo com tantas violações da Constituição e crimes de responsabilidade de forma continuada.

Essa novidade é resultado direto da queda de popularidade Bolsonaro por duas razões evidentes: Fim do auxílio emergencial e falta de ação sobre a Vacinação. Esse duplo desgaste abriu uma possibilidade mais clara da perspectiva de ruptura de apoio de setores bolsonaritas, que começam a perceber o tamanho do buraco em que o Brasil se meteu.

Sou um defensor desde sempre do processo de responsabilidade, entendendo todo o cenário e as dificuldades de articulação de forças para o Impeachment, em particular na situação de pandemia, ademais com a popularidade do Governo Bolsonaro que cresceu com o auxílio emergencial e a falta de combate/articulação da oposição, tanto de esquerda quanto do centro.

É importante ressaltar que as pesquisas não são os únicos dados dessa “nova realidade” propícia ao Impeachment ou CPI para apuração das responsabilidade sobre a vacinação ou falta de planos de imunização. A subida ou queda de popularidade, são captadas por cenários e com questões direcionadas que tendem a atendar e ter resultados que agradem a quem paga.

O que é fundamental é que outras fontes de consultas devem ser levadas em conta, tais como, ouvir lideranças políticas, religiosas, sindicais, de associações de bairros, das periferias, que podem dar uma ideia que complementem ou contrariem tais pesquisas, então a  percepção e a sensibilidade dos atores políticos e jurídicos para formular uma saída mais balizada.

O notícia sobre as compras do leite condensado acaba sendo uma metáfora do desacerto geral que assola o Brasil, aqui não importa se é houve exagero ou não, cabe ao governo a defesa deles. As eleições dos presidentes da Câmara e Senado darão um norte das limitações do processo do Impeachment.

É isso.

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