Esses dias estava assistindo o excelente filme Tolkien, sobre o autor da trilogia “O Senhor dos Anéis” e de o Hobbit, tive a sensação desesperadora do esquecimento, ou da incerteza sobre algumas questões da Letícia, de seus gostos, relacionados aos filmes e livros.
É doloroso sentir isso, pois a memória começa a se tornar falha, bate uma tristeza, como se não lembrar com exatidão passa a ser um esquecimento dela mesma, sua vida, sua presença/ausência. Dá um nó no peito, um sufoco estranho, incômodo que jamais pensei que teria.
A Letícia e a Luana foram criadas assistindo O Senhor dos Anéis, desde o primeiro ao último filme, depois a trilogia do Hobbit, essa, elas tinham autonomia, viram no cinema com seus amigos, as duas pequenas, os grandões, Kenji, Guiga e Jooji, as chamavam de Hobbits, eles as protegiam, o que não tenho como agradecer a eles por todo carinho com elas.
Hoje é mais um dia 18, 0 26º mês, essa dor que não vai acabar, ganhou essa nova companhia, a memória imprecisa dos fatos sobre a Letícia. O que me desespera é que comece a ter minhas visões como se fosse dela, uma coisa complexa e que me entristece, não ser fiel ao que ela era, como ela foi.
Tento refazer os caminhos, iluminar o cérebro para não fugir o legado dela.
Quanta falta.
https://www.youtube.com/watch?v=stUdUYE2zKg
“O pai da menina morta” – tiago ferro