O Brasil entrou num descompasso institucional, desde as jornadas de junho de 2013. As tais primaveras, aportaram aqui, num outono, que se tornou tenebroso, com uma rapidez e capacidade destrutiva jamais vista. Por cinco anos as sementes neofascistas, consubstanciadas numa construção Política-filosófica com ataque aos pilares das sociedade modernas: Política e Democracia.
O auge dessa loucura coletiva se deu com a eleição do mais ignóbil dos candidatos, aquele que reunia o que havia de pior, despreparado, envolvido, ele e filhos com setores da milícia carioca, com ideias medievais, montou-se uma máquina de mentiras tão estupidas que seria impossível de acreditar, mas se acreditou e se votou em alguém que rivaliza, para pior com General Figueiredo.
Essa aventura chegou ao Planalto sem nenhum projeto relevante, uma ideia, nada, apenas encarnou o anti-petismo, com uma pauta moralista, desqualificada. Alguns abutres do Kapital aderiram à candidatura, pois viram nesta horda insana, sem cérebro, a chance de destruir o Estado, desmontando toda e qualquer política pública, rasgando a Constituição Federal, rompendo o pacto federativo e levando país à beira do Caos.
O resultado desse desgoverno, é quase uma hecatombe, e a sua extrema incapacidade de enfrentar uma pandemia com características destrutivas implacáveis. Os governos mundiais, desde os ultraliberais como Trump, passando pelo demais espectros políticos, largaram a Doutrina da Fé do fiscalismo e abriram as contras públicas pera enfrentar o Caos.
Bolsonaro e seu desgoverno foram e continuam sendo os INIMIGOS públicos da luta contra o Covid-19. Ações e omissões seguidas, quase 9 meses sem ministro da saúde, cargo ocupado interinamente/definitivamente por obscuro general, Pazuello, sem nenhuma formação em saúde, dá a exata dimensão da tragédia do que foram esses 11 meses, a falta de sensibilidade, a completa irresponsabilidade diária do “presidente” e dos seus asceclas.
As mais de 200 mil mortes são vista como “efeito colateral” da doença, “todo mundo vai morrer um dia”, é a frase lapidar de Bolsonaro, repetida entre risos e galhofas, sob aplausos de uma claque de ignorantes fascistas, desumanos, a canalhice não tem fim e nem pudor, não respeita a dor, nem tem piedade dos mortos e nem dos sequelados da Covid-19.
O Impeachment, a prisão de Bolsonaro e sua família, ministros, pelos crimes lesa-pátria parece uma obviedade.
Bolsonaro comete Crimes de Responsabilidade de forma continuada, contra as instituições democráticas e da República. O Presidente de forma direta e publicamente conspira contra os outros poderes, o Congresso, contra o STF, crimes previstos na Constituição Federal, sem falar da sua reação contra a imprensa. O pacto federativo está sendo rompido com a discriminação do nordeste, por exemplo, ou no enfretamento ao governo de São Paulo.
A questão mais complexa, o que parece é que, ainda, no congresso, nem de perto se tem uma situação de ruptura de sua base de apoio. O congresso é conservador e suscetível à caneta presidencial, não há predominância de forças com espírito público e democrático.
Do ponto de vista da sociedade, parece que parte da Elite faz movimento de abandono do barco da família Bolsonaro, o maior reflexo disso são grandes jornais publicaram editoriais nesse sentido. Mas não há um declaração aberta do grande empresariado pela ruptura, há apoio, que se reduz dia a dia, ao ministro da Economia, sua incompetência é tolerada por ser parte do grande Kapital..
A classe trabalhadora e o povo em geral, estão perplexos e paralisados, pelo desemprego, pela miséria crescente, pelas incertezas e por falta de rumo, ainda não há um claro movimento de rua e de massas que questione o governo e peça sua queda, por piores que sejam as condições econômicas e sociais em que o Brasil se encontra, a pandemia do Coronavírus, pode ser a grande chave, para esse deslocamento.
O que sobrou de institucionalidade precisa ser preservada, há dura sobrevivência ao caos imposto pelos irresponsáveis que agora se apresentam como “envidados por Deus”, tenham santa paciência. Simplesmente não tem mais como seguir, é preciso abreviar o sofrimento, estancar a sangria, um governo de Unidade Nacional, que restaure à ordem, que convoque eleições e tire o país do abismo.
A urgência de uma frente ampla, democrática, da Direita à extrema-esquerda, passando pelo centro, garantido a recondução do Brasil à Democracia plena, o Estado de Direito e garantias fundamentais.
Nesse mesmo movimento, a esquerda deve conformar um Bloco, um resgate que una PT, PSOL, PC do B, PDT, PSB, PCO, para disputa política e ideológica, encontrar a agenda de desenvolvimento, crescimento, distribuição de renda, participação popular.
Há algo novo tomando as ruas, as redes sociais, é necessário estarmos preparados para o porvir, enfrentar e mudar o Brasil, antes que tudo se perca.
Impeachment, já!