“Se é agora, não vai ser depois; se não for depois, será agora; se não for agora, será a qualquer hora. Estar preparado é tudo” (Hamlet – W. Shakespeare)
Despedida de uma semana em que a CLASSE continuou sendo massacrada pelo Kapital, ainda que nossas pinimbas aqui, nas redes (anti) sociais, sejam mais esotéricas, teimo em amar a beleza de uma Revolução, como a Bolchevique, pois ela é o ápice da poesia Humana.
A Revolução é a ruptura com os costumes, com os modos burgueses, arcaicos, apodrecidos, mas que, sem ela, a Revolução, viverão por longos anos, décadas, feito um câncer, de metástase e recidivas permanentes sem cura, com remédios profiláticos do Kapital.
Muitos e muitas hão de se assustar pelo radicalismo, é parte da vida, essa eterna incerteza do porvir,
Ora, nunca se estará Prontos para o que o virá, Bem, Hamlet, sente um mau agouro na proposta do desafio de Laertes, ainda que pronuncie ‘Estar preparado é tudo”. Nem ele, nem nós estamos, os processos e a dinâmica da vida, nos arrasta sempre em dúvidas e vacilações, pois o incerto pesa em demasia.
O mesmo príncipe, perdido em seus devaneios filosóficos, das verdades claudicantes, diz que Se ninguém é dono de nada do que deixa, que importa a hora de deixá-lo? Seja lá o que for! De certa forma, aqui se trata do destino, aquele fiado pelas Moiras, de quem Homero nos anunciou na Ilíada.
Entre nossas cruéis dúvidas, inação, há um ato coletivo, que no enche de coragem, que é a Revolução, a possibilidade da libertação humana de todos o jugos e amarras, aquela que cortará as correntes de Prometeu, e que o fogo do saber será devolvido aos humanos e, assim, se cumprirá seu destino, não com um, mas como o Todo.
A louca e doce utopia nos lembrará, ainda dos versos do Led Zeppelin
And as we wind on down the road
Our shadows taller than our souls
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold
Porque, ao fim e ao cabo, haverá uma escada para o paraíso, nunca sem antes de visitar o Hades, experimentar o rio do esquecimento, quando se acorda do sonho utópico e acorda-se assustado de tudo e que não passou de um pesadelo do domingo para segunda.
Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo
Da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Aos sonhos e à luta, só ela nos faz vivos!