20 de dezembro de 2025

1 thought on “Gilberto Gil – 78 Rotações de Amor

  1. A primeira música que escutei na voz do Gil está sendo tocada e cantada aqui em frente ao prédio onde moro, pois um morador resolveu fazer um concerto da área de lazer do edifício em frente: “Eu só quero um xodó”, de Dominguinhos e Anastácia, enquanto leio de novo seu bonito texto, Arnobio. Que coincidência! Ouvi-a, pela primeira vez, em 1974, na rádio da casa vizinha que, sintonizada toda tarde, nos brindava com essa canção linda na voz do Gil. “Que falta eu sinto de um bem…” Gil me presenteava uma epifania (no sentido, aqui, de manifestação do sublime). Essa canção fala, em especial, sobre saudade, embora essa palavra não seja pronunciada uma única vez na letra. Isso se deve à genialidade dessa grande (e desprezada, por ser mulher e nordestina) poeta brasileira chamada Anastácia, que também compôs a letra da sublime canção “Contrato de Separação”: “Olha!, essa saudade que maltrata o meu peio…Eu quis fazer com ela [com a saudade] um contrato de separação…” Magnífica! De Dominguinhos e Anastácia, Gil também gravou as belíssimas “Lamento Sertanejo” e “Tenho sede”. A força do povo nordestino está presente mais em Gil que em Caetano. Gil faz isso: canta suas lindas canções e nos oferece também as pérolas do nosso cancioneiro, criadas por outros e outras poetas da canção, Gil é generoso. Mas, se é pra falar sobre as composições de Gil, “Tempo Rei”, “Se eu quiser falar com Deus”, “Drão”, como você citou acima, “Toda menina baiana”, “Pai e Mãe”, “Refazenda”, “Expresso 2222”, “Super-Homem, a canção”, “Estrela”, “No dia em que vim-me embora”, em parceria com Caetano, e “Domingo no Parque”, sua expressão máxima, são, pra mim, as mais belas e representativas canções do Mestre baiano. Vida longa a Gil, um de nossos maiores Orixás.

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