Exatamente um ano atrás, o Brasil deu um tiro de bazuca no pé, elegeu o pior, entre os piores, o mais abjeto político que existia no Brasil, virou Presidente, algo absolutamente impensável.
Nem no maior pesadelo a burguesia brasileira, tradicionalmente golpista, sem compromisso algum com a Democracia, trabalhava com a possibilidade de cerrar fileiras com Bolsonaro, por tudo de ruim que ele representa em sua trajetória política medíocre.
Entretanto, o longo e doloroso processo de desconstrução do PT, criou um vácuo no centro e centro-direita, o PSDB, o natural beneficiário do antipetismo, se desmoronou, identificado e corresponsável pelo golpe e por Temer.
Na arena política, só sobraram PT e a barbárie, o que era inominável, mas que se viabilizou como o antipetismo, tosco, estúpido tão mal trabalhado pela mídia, esse sentimento mesquinho, só poderia desembocar numa tragédia.
A Democracia e Política foram criminalizadas por um fato simples, na história da República, o PT foi o único partido de verdade a se firmar como tal, a despeito de todas as críticas que se possa fazer a ele. O PT é a melhor imagem de um país viável, estável e com regras democráticas.
Gostem ou não, essa é uma constatação insofismável.
Bolsonaro, não vou repisar sua mediocridade e história de vida absolutamente apagada, sem nenhum brilho, só aparecia em posição de constranger a Democracia. Esse é seu mérito, fazer descrer em tudo, ele encarnou o antipetismo, a antipolítica, sendo o pior dos políticos, com seus três filhos, comendo e vivendo da política. ao mesmo tempo que difamam os políticos, como se não fossem políticos.
A eleição de Bolsonaro foi um tapa na cara da classe média, que não digeriu a necessidade de viver num país que pudesse dividir seus espaços, sociais e econômicos, ela não ascendeu à riqueza, e, raivosamente, rejeita a pobreza que emergia, culpando o PT por isso, então, abraçou Bolsonaro, sabendo bem quem ele era.
O kapital, representado pela Burguesia local, sem nenhum pudor, sabia dos riscos e o que significava Bolsonaro, deu-lhe uma única missão: destruir o que sobrava de Direitos Sociais, trabalhista e previdenciário, ao mesmo exigia moderação, algo impossível, convenhamos.
Mesmo cumprindo a missão, Bolsonaro é descartável, ou deveria ser, no entanto o custo pode ser uma ruptura violenta. Ontem a metáfora do Leão, pode ter sido a gota d’água para as idiossincrasias da família Bolsonaro, passou qualquer limite, a missão já foi cumprida, então nada mais dele se precisa.
A Globo, hoje, parece partir para o confronto direto, o Jornal Nacional atirou pesado, ligando Bolsonaro e sua família com o assassinato da vereadora de Marielle Franco (PSOL), provocando a ira apoplética de Bolsonaro, mais destemperado do que nunca, se vitimou e atacou abertamente o governador do Rio de Janeiro, seu ex-aliado e a Globo, acusando de quererem destruir o país, leva ao caos.
O que sobreviverá desse confronto? Os dois lados estão armados e com poder de fogo, que podem provocar uma ruptura violenta do Brasil.
A frágil Democracia, está por um fio, a Globo e seus sócios de mídia, que provocaram o desprezo pela democracia, e que levaram Bolsonaro ao poder, agora luta contra o que criaram.
Qual a saída do que sobrou de sociedade e de cidadania?