“Quem estará nas trincheiras ao teu lado?
‐ E isso importa?
‐ Mais do que a própria guerra” (Ernest Hemingway)
Lutar, ainda que a derrota seja certa, aliás, nessas é que nos tornamos melhores. Quem só vai “na boa”, perde, parece oportunismo..Dito isso, a lógica do Ciro, o tornou minúsculo, saiu do Brasil porque a derrota era certa no segundo turno, coisa de mau perdedor, que não aceitou lutar, então abandona a luta vai para ir a Paris, diz que foi Portugal, qual diferença, mesmo?
Ciro Gomes fez uma bela campanha presidencial, levando esperança, discutindo projetos, enfrentando com altivez os adversários, colocando-se como uma alternativa viável de diálogo e angariando apoio nacionalmente, conseguiu 13,3 milhões de votos, 12% do votos, chegou em terceiro lugar, com ótimo capital político que lhe daria uma autoridade imensa num segundo turno, ou mesmo, num dos líderes de oposição.
O campo de centro-esquerda esteve representado por Ciro, Haddad e Boulos (mais à Esquerda), juntos tiveram uma ampla votação nacional, o que encheu de esperança as classes populares de que havia chances de enfrentar de igual para igual, as trevas das fake news, do candidato fujão de extrema-direita. Porém, em pleno embate, com as ameaças veladas à vida de militantes, alvos da ira fascista, Ciro Gomes, se afasta do Brasil, cansado, abatido ou decepcionado por não ir ao segundo turno.
Pior, ao invés de refletir sobre o grave erro, passa a atacar, o presidente ou a direita? Não, passa a atacar a esquerda, primeiro Lula, ou produzir manchetes chamando Haddad de “fraude” e que não “apoia ladrão”. Interessante lógica, reforçar as forças canalhas, que sem bandeira nos acusa de …ladrões. Abraça a causa moralista, rasteira que tanto mal faz ao país.
A ruptura que Ciro fez é bem clara, tenta ressuscitar abraçando o eleitor de DIREITA, preconceituoso, não lhe dando argumentos humanos, ao contrário, reforçando a despolitização e ódios deles contra o PT e a esquerda.
É um desfavor à política e à Democracia. O momento é de unir todos pela defesa do Estado de Direito, não oferecer voz aos que criminalizam a esquerda, que acusam sem provas, que querem golpes. As ambições pessoais, de Ciro, estão acima de seu partido, que é uma instituição que ele pouco respeita, basta ver que foi filiado a oito partidos.
Parece claro que o campo escolhido é outro, consciente ou fruto dos arroubos que lhe caracteriza, o que é evidente é que suas palavras colocam imensas dificuldades para composição política à esquerda, o que não seria estranho se ele não partisse para uma união com setores do bolsonarismo, como Moro e sua turma da lava jato, tornando uma alternativa de Direita, imaginando ele, que daria um “verniz” de esquerda.
Nesse momento crítico, essa ruptura, é péssima, mas faz parte da vida e da luta política.