Arnobio Rocha Reflexões Da Luz à Escuridão, Passando Pela Terra!

1491: Da Luz à Escuridão, Passando Pela Terra!


Ícone: A libertação do mundo, na segunda guerra

 

“You believed in their stories of fame, fortune and glory. 
Now you’re lost in a haze of alcohol soft middle age 
The pie in the sky turned out to be miles too high. 
And you hide, hide, hide, 
Behind brown and mild eyes”
(Paranoid eyes – Pink Floyd)

Parece que há um consenso geral de que é preciso pensar fora dos domínios, das certezas, das correntes, que sintetizar como sendo “pensar fora da casinha”. Ora, isso dito, mas quando nos aproximamos para verificar a verdade, não é o que parece, tente inovar, misturar referências estações, logo será estigmatizado, além de ser isolado de qualquer debate “sério”

É quase um crime hediondo, pensar. Pensar diferente, é pena de morte. O lugar comum, da necessidade de sair da casinha, morre, na primeira ideia, fora dela.

Como nos quase dez anos desse pequeno blog, esse que vos escreve, sempre buscou a ruptura geral, de que não se pode ficar presos as fórmulas, ainda que compreenda, dialeticamente, que não é um simples exercício de negação, o que seria facílimo, para aparentar ser “diferentão”. Aqui, se prática a negação, mas procuramos uma nova síntese, pois as ideias que defendemos, precisam passar pelo crivo da crítica de validade.

Muitas vezes percebe-se que o rechaço ao debate, ou interação, deve-se a uma característica comum a todos nós, apenas ouvir os que se sabe, antes de nós, ou alguns poucos incensados, os demais, são legaizinhos, mas não têm o mesmo rigor, foda-se.

A nossa carga genética, inconsciente coletivo, aquilo que está gravado em nossas mentes, que repetimos, sem nem sabermos por qual razão, nos garante um acúmulo, mas não a superação deste. Entretanto, esse mistério do não saber, de onde vem tais e tais comportamentos, padrões, é que nos proporciona a mais original das características humanas, a curiosidade.

Saber sem curiosidade, é repetição, sabe-se na superfície, mas não a essência. O mergulho profundo, a busca de luz, do fogo de Prometeu, é que torna a humanidade, alguns pontos acima, de nossa natureza animal. Tanto é que algumas vezes essa massa disforme opta pelas trevas, a tremenda escuridão, sem nenhuma lógica que possa explicar, como fomos tal alto, sofisticados, aí descemos para fundo poço, hoje, o volume morto.

A Grécia antiga, meu ponto de partida, com todo esplendor atingido, numa época tão remota, foi tragada pela barbárie, a volta daqueles valores por Roma, depois mais uma escuridão até o renascimento, nova queda e derrota para mediocridade da inquisição. A riqueza de Goethe, sendo devastada pela selvageria nazista. As conquistas civilizatórias, agora sendo destruídas por um nova onda de escuridão.

Manter a chama acesa, a luz, nesses momentos de sombras, longos ou curtos, é o que nos cabe, reviver os clássicos, alinhavar com novos, não temer ler a Ilíada ao som Charlie Parker, ou descer ao Inferno de Dante com trilha do Pink Floyd, quem sabe combinar John Milton com Led Zeppelin, ou Fausto com a força de Janis Joplin, com ou sem filtro, mixar num novo cérebro.

A potencialidade humana está em não aceitar limites e regras, ou vê-las como postas, que não possam ser bagunçadas. A correia de transmissão é consciente coletivo, que vem de Homero à Roger Water, passando pelas tintas de Van Gogh, pelas verdades oníricas de Dali, ou na poesia de Ovídio, o homem encontrou consigo mesmo em Shakespeare, por que aprisioná-lo de novo? Por que não dançar livremente como Madonna  ou de Prince?

Essa bagunça, é nossa libertação.

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