“Purifica tua mente e teu corpo estará curado”. (Gravada em Epidauro no templo de Asclépio)
É mais ou menos assim, se houve uma vida anterior, já vim com defeito de DNA, a chatice é uma característica, talvez hereditária, mas não sei se veio dos meus velhos, que, apesar de sermos suspeitos, são legais, nenhum sinal de que sejam chatos, estilo profissional, assim como eu. Parece até algo descolado, mas, infelizmente, não é, a chatice é uma merda.
Convivo bem, às vezes mal, com ela, já escrevi aqui sobre isso, “o chato básico”, aquele que não tem nenhum charme especial, apenas é o que é, que se envolve em pinimbas tão aleatórias, que a mente e o tempo, permitem. Confesso, não sou fácil, digerível, já me acostumei, a vida vai seguindo, batendo cabeça, fechando muitas portas, sem tempo de grandes arrependimentos.
Algumas implicâncias, podem até ser engraçadas, ou trágicas, pois perdemos oportunidades de conhecer mais sobre pessoas, obras, apenas pela má vontade inicial. A minha lista seria interminável de artistas, escritores, locais, coisas com os quais implicava: Beatles, Oasis, Irmãos Campos, Bobbio, Freixo, Caetano Veloso, Nando Reis, Arnaldo Antunes, Curitiba, sorvete, chocolate, relógio, pulseira, as galhofas de Letícia e Luana…
A lista é enorme, perto da metade do caminho da via, começo a me livrar de algumas dessas coisas, dessas pequenas maldições da vida. Ranzinza, amargo, sei lá, as explicações são as mais tolas, nenhuma elaboração mais concreta, eram porque eram, algumas ainda são, mas outras, nem tive tempo de me redimir, perdi antes, se houvesse nova vida, quem sabe.
Muitos sabem da ruptura de minha vida, nada mais tenho a perder, apenas a ganhar, se muito, quem sabe ser mais saudável, me livrar de vaidades, ambições, implicâncias, impertinências, tentar viver apenas segundo o princípio do zen budismo: “O que se tem, é tudo que se precisa”. Nada mudará, o que já foi, minha pequena não voltará, então, vou tentar ser melhor, por ela, pela docilidade que experimentei.
Hora de me livrar dos pesos e medidas.
que amorzinho…
Te amor, minha mestra.
mestra de besteirol…
Nada disso, uma das pessoas mais brilhantes que tive a sorte de conhecer, com uma história fantástica, linda mesmo.