“A vida é bela. Que as futuras gerações a livrem de todo mal e opressão, e possam desfrutá-la em toda sua plenitude.” (Leon Trotsky)
No fundo a vida é uma longa sucessão de projetos não realizados, na maioria das vezes devemos ficar satisfeitos se algum funcionou, isso não é resignação, apenas constatação. O mais arrojado, desses projetos, é de ser feliz, achando que é uma coisa enorme e obrigatória, tolice, felicidade é algo pequeno, raramente grande e duradoura, que quando menos se espera, já passou e nem nos demos conta de que não aproveitamos.
Essas ondas felizes, digamos assim, tem muito a ver com a personalidade e a compreensão (expectativa) sobre o que é a vida. Arrisquei muitas vezes a tecer comentários, ou textos sobre felicidade aqui nesse espaço, pois, em regra, tenho atitude positiva quanta à vida e processos. Buscando o bem comum, viver em harmonia com os que me cercam, nem sempre conseguindo, mas tentando, claro.
O tema é recorrente e volto a ele nos momentos mais sombrios e de incertezas, sobre os caminhos que devo seguir, as armadilhas e peças que a vida prega. Bate aquele momento que é preciso refletir, quase se refazer, acreditar em algo e seguir algum rumo já trilhado, como a criança que vê o mesmo filme várias vezes, pois tem a segurança de que o fim é certo.
A conjuntura geral impede grandes ousadias (ou seria o contrário?), empurra para um terreno pantanoso, ambiente de raríssima solidariedade, em que predomino o “salve-se quem puder”. Como se cada um precise se salvar de alguma coisa maior, nos fechamos, parece até natural. Impossível medir o desespero ou desassossego que nós passamos, até onde é egoismo, até que ponto é “estado de necessidade”.
Obviamente que a dualidade do que temos de pior ou de melhor se revela nesses momentos extremos, nossa essência se mostra em plenitude, não tem como esconder nada, de bom ou de ruim. Qual lado de nós prevalecerá? Não está muito certo, depende do tamanho do desespero ou de quanto somos resistentes ao caos, pois há uma boa desculpa para qualquer lado, sem juízo de valores, mais uma vez, constatação.
E assim, vamos, mas para onde?