Vamos em frente nos registros sobre a nossa recente viagem ao Japão, antes publicamos (Japão: A Viagem em Números e Japão: Hotel, Transporte e Internet). Falarei de uma das maiores dificuldades que os ocidentais enfrentam no Japão: A Comida. Por mais que seja popular a “comida japonesa”, aqui no Brasil, por exemplo, não tem muita relação com o que se come efetivamente lá.
Começando pelo café da manhã, nos hotéis em que há esse serviço, é o café oriental, ou seja, não é café, são servidas saladas, gohan (arroz japonês), peixes assados e cozidos, croquetes e alguns legumes. Bebidas em máquinas com opções de chá verde, café (bem fraquinho geralmente) que pode se adicionar um creme de leite, também pode fazer misoshiro, a máquina entrega a água quente e o diluí o sachê.
Nada lembraria um café da manhã ocidental. O que notei é que houve algumas mudanças nesses vinte anos com a tentativa de aproximar o cardápio. Agora há opção, em alguns hotéis, de algo que lembre um café ocidental, com pequenos pães (muito bons), croissant, torradas. Ovos fritos, salsichas, alguns sucos (não naturais), iogurtes e bolos. Funcionou bem.
Outra saída é ir a uma loja de conveniência e comprar pão, suco de caixinha e tomar café em pé. Até mesmo ir a um café e pedir as opções que ofereçam. Nos hotéis em que estivemos o café da manhã é cobrado por fora da diária e custa entre 12 e 20 dólares. Na conveniência gasta-se uns 6 dólares e num restaurante/café, de 7 a 15 dólares.
O Japão é o paraíso das máquinas de bebidas, comidas (miojo), chocolates, biscoitos e sorvetes. As bebidas podem se geladas: Sucos, refrigerantes (as misturas mais variadas possíveis) e cafés. Agora há opção, limitada de bebida quente, chás e cafés, claro que água quente para miojo. Em todos os lugares que você vá as máquinas estão lá. Estações de trem, nas ruas, dentro dos hotéis, das lojas de departamentos, fábricas.
Uma mudança significativa que percebi foi a variedade de restaurantes ocidentais. Na época que morei lá, tinha uns que lembravam “comida italiana”, até pizza, mas nada extraordinário. Agora as redes mundiais se estabeleceram lá, não entrando no mérito da qualidade, você encontrará facilmente em Tóquio e Osaka: Hard Rock Café, Outback, Friday´s, McDonalds (esses já tinham e muito), Starbucks, tem inclusive churrascarias brasileiras.
Os próprios restaurantes japoneses vão se adaptando, mas mantendo a comida tradicional, inclusive a “apresentação” dos pratos, não apenas com fotos, mas com “maquete” deles (particularmente acho terrível). Há uma imensa variedade de pequenos restaurantes, alguns com ótimas comidas. Raramente se come carne bovina, entretanto já não é tão caro o produto, a qualidade é que continua mais ou menos.
Quantos aos preços da comida, tem para todos os gostos e valores. Comemos bem em vários locais gastando entre 20 e 30 dólares por pessoa. Tomamos café e com ótimas tortas, sorvetes, por menos de 10 dólares. O combro principal do McDonalds custa 7 dólares. Claro que não é barato, mas nada muito fora do que se gasta em outros países. Óbvio que não dá para comparar com os preços de restaurantes populares do Brasil.
Algumas armadilhas podemos tentar fugir, pois a “criatividade” japonesa não tem limites, acredite. Sanduíche de macarrão, pão com feijão doce dentro, sorvete de biscoito, crepe com sorvete e por aí vai. Mas principalmente nos pratos que convidam o cliente na porta dos restaurantes populares. Todos os pratos parecem ótimos, nem sempre o resultado condiz com a doto, os molhos adocicados podem destruir um hambúrguer.
Tomar um café gelado (alguns são ótimos), mas não estamos acostumados com a experiência, aliás, tomei alguns cafés (quentes) muito bons, nem sempre expresso. O Starbucks serve um “sei lá o que” de sakura, a Lu gostou, nem tive coragem. Uma dica é sempre pedir o café/suco/chá com um complemento, o preço é menor do que comprados separadamente. Comemos em ótimas confeitarias em Kyoto (minha cidade favorita) tanto no almoço quanto nos lanches.
É isso.