1315: Sétimo Dia.

Nós e eles, celebrando a vida.
Nós e eles, celebrando a vida.

No sétimo dia, na escatologia católica-cristã, a alma chega ao céu, já purgada de seus pecados, não capitais. Chega aos campos elísios e vai conviver no Paraíso dos eleitos, até a ressurreição final. Aqui, no Brasil, um país continental, a missa do sétimo dia é uma instituição única, dada às longas distâncias, virou uma forma de celebrar a morte de um ente querido, para aqueles que estavam distantes.

Tenho vivido intensamente essa despedida, física, do meu amado pai, Pedro Rocha, um bravo, aqui, nesse blog, tantas vezes descrito e celebrado, em vida. Alguns que não o conheceram, segue uns posts:

  1. Ethos
  2. Pedro, Pedra, Rocha, Meu Pai
  3. A mítica fazenda dos Rochas
  4. Em nome do Pai
  5. Envelhecer igual ao meu Pai.

Talvez seja muito pouco sobre tão grande figura, um homem feliz, que viveu bem a vida, com enorme sabedoria, amor e dedicação aos filhos e sua esposa.

Seria trair sua memória qualquer sinal de tristeza entre nós, nesse momento, pois era impossível que ele não fizesse uma boa piada com uma morte, para tornar leve a dor e a saudade. Vamos guardar para sempre cada frase, cada chiste, gracinha que lhe tornou um personagem único. Os causos lindamente contados, com detalhes e amplos parênteses, de uma memória incrível, que nós insistíamos em ouvir essas histórias tantas vezes contadas e recontadas com sua graça própria.

Temos que celebrar hoje e para sempre, as tantas mensagens e a presença de tantos amigos na última despedida. Inesquecíveis palavras e fortaleza de minha mãe, do meu irmão Pedro Filho (imagem e semelhança do velho), dos sobrinhos, dos três padres – Renato, Emídio e Tio Assis – que lhe recomendaram e comemoraram seus belos feitos aqui, com a convicção de que lá em cima, ele será tão bem-vindo quanto como esteve entre nós.

Minhas lágrimas são sempre de alegria, de louvor, por uma sorte imensa da vida de ser filho de quem sou, de nos ter legado honra e caráter. A imagem que guardaremos é de festa, felicidade, humor fino e cortante, do amor extremo aos netos e bisneto, da paixão eterna pela “sua velha”, repetida a todos instantes.

Obrigado Pai, valeu meu velho!!!

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

4 thoughts on “1315: Sétimo Dia.

  1. Obrigado por descrever tao bem os nossos sentimentos, diante dessa fase que parece ser tao dificil, mas quando lembramos dele…. Ai fica facil superar a tristeza.
    Com lagrimas escorrendo eu conseguir ler as ultimas palavras. E acho que é só isso que queremos dizer : Obrigado nosso velho.

  2. Caro Arnóbio,

    Cada um sabe a dor e a delícia do convívio familiar. Entretanto, por mais que nos preparemos, não é fácil lidar com a perda, com o sentimento de vazio que fica quando um dos nossos queridos, uma de nossas queridas, escapam do nosso alcance cotidiano, tátil, visual.

    Mas a energia permanece, pois que o amor que nos liga transcende os planos. Costumo dizer que são eternos em nossos corações. Ou como escreveu o conterrâneo Guimarães Rosa, “as pessoas que a gente ama não morrem, ficam encantadas”.

    Força, coragem e, sim, por que não?, alegria posto que a vida é um presente.

    Meu abraço solidário.
    Sulamita (@sulaesteliam)

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