Estamos no dia 12 de Agosto de 2014, Eduardo Campos está no Rio de Janeiro para a “Sabatina do Jornal Nacional” ou seria o “beija mão da Globo”? Até então a candidatura que prometia ser a terceira via entre PT e PSDB, não decola. Em todas as pesquisas, a candidatura de Campos não chega aos 10%, com uma série de problemas com a aliança com sua vice, Marina Silva e seu Grupo Rede, que se filiou ao PSB apenas para se candidatar. As costuras regionais começam a empacar, principalmente nos maiores colégios eleitorais.
Nomeadamente em São Paulo as diferenças da Rede x PSB, não garantiram um palanque, com conveniência das lideranças locais, entre elas, Erundina, o PSB decide entrar na coligação do PSDB, apoiando Alckmin, indicando o vice, o Deputado Márcio França, que bancou uma polêmica pública com Marina Silva. Até aqui não há novidade, pois o PSB de São Paulo sempre foi linha auxiliar dos tucanos. No Rio de Janeiro, o candidato ao senado pelo PSB, o ex-jogador Romário, apoiará Lindberg Farias, o candidato do PT ao governo. Mesmo em Pernambuco, Eduardo Campos, não tem situação confortável, não liderando nem a corrida presidencial.
Neste ambiente, a “Sabatina” parece uma grande oportunidade para o candidato do PSB, especialmente porque no dia anterior o candidato do PSDB, Aécio Neves, teve um desempenho desastroso diante de um William Bonner inquisidor, ele não conseguiu responder sobre o famoso Aeroporto da cidade Claudio que ele mandou construir nas terras de sua família. Ir ao Jornal Nacional por 12 minutos é um desafio e uma chance de se firmar como alternativa. O resultado final foi razoável, melhor que Aécio, mas sem empolgar, além de se atrapalhar nas respostas sobre o nepotismo praticado por Eduardo Campos.
Logo na manhã seguinte, um jatinho cedido por empresários, levaria Eduardo Campos e Marina Silva ao Guarujá, litoral sul de São Paulo, para atividade de campanha e no início da tarde um encontro com a nata dos banqueiros internacionais, capitaneados pelo Goldman Sachs. Era esta a agenda, ainda no aeroporto do Rio de Janeiro, Marina Silva, decide ir diretamente para São Paulo para preparação do encontro com os banqueiros, na tarde, Eduardo Campos, se uniria a ela no evento. O jatinho partiu com Eduardo Campos e seus assessores, rumo ao Guarujá, Marina vai num voo de carreira para São Paulo.
O relógio marcava 10 horas da manhã, o tempo ruim impediu o pouso do jatinho que levava Eduardo Campos na base aérea, pouco mais de um minuto depois, a aeronave caiu no centro de Santos. Por cerca de duas horas as notícias desencontradas, sobre um acidente em Santos, não indicava se era um helicóptero ou um jatinho. Apenas às 13 horas saiu oficialmente que o acidente fatal era da aeronave que trazia o candidato do PSB. Menos tempo começam a pipocar as mais absurdas teorias da conspiração, das mais chulas às mas sofisticadas, trazendo como centro que Dilma e/ou o PT eram os responsáveis pela queda do avião.
A mais mirabolante deste desserviço conspiratório dizia que Dilma criara uma lei 12970, que na verdade foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidência, por ser sua atribuição legal, em 08 de maio de 2014. A lei, segundo a EBC “Elaborada pelo próprio Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), a lei 12.970, de 2007, surgiu durante as investigações da CPI do Apagão Aéreo. Depois de sete anos tramitando no legislativo, o projeto foi sancionado e se transformou em lei em 9 maio deste ano” .
Para teoria da conspiração, Dilma, decretou a lei, para facilitar uma suposta ação criminosa de ataque aos adversários, no caso, Eduardo Campos. Virou uma febre nas redes sociais e a #FoiaDilma chegou aos Trends Topics do Twitter. A irracionalidade ou a cafajestagem não resiste a uma análise séria sobre o acidente, pior, qual benefício traria à Dilma ou ao PT, a morte de Eduardo Campos?
Como disse antes, a candidatura do PSB, não conseguia viabilizar a terceira via, muito menos levaria as eleições presidenciais ao segundo turno, então por que Dilma “mataria” Eduardo Campos? A simples substituição dele, por Marina Silva, daria outro cenário eleitoral, pois se sabe desde antes que Marinha tinha maior projeção eleitoral, ou seja, ele fora, vivo ou morto, indicaria uma adversária mais forte, que pode levar ao segundo turno ou mesmo, no limite, a derrota da candidata do PT, então por que Dilma teria interesse no acidente?
Aécio Neves é outro que teria pouco ou nenhum interesse, que Marina substituísse Eduardo Campos, pois ela pode tomar-lhe o espaço e o deixar fora de um eventual segundo turno. Parece claro que, para o quadro eleitoral dado, até dia 13 de agosto, a candidatura de Eduardo Campos era muito mais conveniente tanto ao PT quanto ao PSDB, a falta de projeção nacional e mesmo estrutura de campanha, dificilmente levaria Campos a ameaçar as atuais candidaturas, então é óbvio que não havia nenhuma razão para que eles desejassem uma tragédia tão grande.
As redes sociais, que tão rapidamente levou aos milhões em primeira mão o acidente, infelizmente, é povoado por todo tipo de calhorda, que denomino por “Zumbis”, que criam absurdo sem lógica alguma, mas que se espalha rapidamente, maculando a honra das pessoas, prejudicando a imagem, a seriedade e a lisura de uma eleição, apenas porque um idiota qualquer elabora estes disparates. Recentemente o episódio da tal “Empiricus” que copiou colou um arrozoado de bobagens virou uma febre sobre a “falência do Brasil, se Dilma vencesse”.
O acidente fatal com Eduardo Campos circunscreve-se no campo da tragédia, da dor de sua família, não pode ser transformado em maledicência e ódio para acirrar o processo democrático do Brasil. Um pouco mais de paciência e seriedade, facilmente, verificam-se as verdadeiras intenções destes “Zumbis”, que não têm NENHUM compromisso com a vida, com as pessoas, menos ainda com o país, vivem de alimentar ódios e espalhar mentiras. Temos que dar um basta nisto, respeitar os mortos, suas famílias e continuar o debate eleitoral em outro nível.
Adorei o texto meu irmão. bjs
Isso aí, Arnóbio. Dilma, Lula e PT não tinham nenhum motivo para virar o jogo, nem têm agora. Se algo houve, não foi por parte do PT.
‘Teoria de conspiração’ Independente do que acontece, tem q ser investigado… Para de usar essa discurso de Norte Americano pra cobrir o monte de merda que eles fazem… Juscelino Kubitschek foi assassinado!!! e isso so veio a tona depois de qto tempo? Sem contar que ainda estamos procurando por um boeing 777 com 249 pessoas a bordo, q simplesmente, sumiu! Vc acredita que Bin-laden derrubou as torres gêmeas? ou isso tbem ‘e ‘teoria de conspiração”?
Mesmo que provem o contrario eu n acredito que foi apenas mais um acidente…ja que o PT nao tinha por que se preocupar com Eduardo Campos por que estavam entao espionando o candidato do PSB? Muito estranho ..
Gikson,
O senhor tem provas de que o PT estava espionando o Eduardo Campos ou leu na Veja? Sempre somos responsáveis pelo que escrevemos, né?
Arnobio
Muito bom Arnobio. Feliz por te reencontrar por aqui. Estivemos juntos em S.J.Campos na casa do Robson Rodrigues (irmão do Narciso). Sou tio deles, lembra?…
Dodó,
Claro que lembro de você, meu amigo. Falamos muito de política, lembro até que você e seu filho queriam ir ao Japão ver o Mengo, mas deu Timão. Como está a campanha eleitoral em Barra Mansa? Grande Abraço,
Arnobio
Isso mesmo Fabricio nem tudo se pode provar!