1126: Partidas Épicas e a Magia da #CopadasCopas

A Batalha de Porto Alegre, uma Copa Mágica.
A Batalha de Porto Alegre, uma Copa Mágica. (Getty Images)

O futebol é o melhor, entre todos os outros esportes, por um fator bem singular, ele aceita surpresas, ele admite que o mais fraco possa superar o mais forte, nunca nos dando a certeza sobre que será o vencedor. Estas constatações são maiores durante os torneios de “tiro curto”, como Copa do Mundo, Libertadores, em que o sistema de mata-mata torna os jogos ainda mais singulares, o que obriga o grande a se tornar gigante, para vencer, ao mesmo tempo torna o pequeno em heroico, quando se sobressaí.

Em artigos anteriores desta pequena série sobre a Copa atual, que chamo carinhosamente de #CopadasCopas, obviamente pela paixão brasileira, mas fundamentalmente porque esta é uma Copa surpreendente, tudo que a cercou durante os últimos anos, o mau olhado, agouro, pragas, nada se concretizou, ao oposto, parece um doce sonho. Mas dentro de campo, ela se provou majestosa, com jogos memoráveis, com muitos gols, viradas improváveis e batalhas cruenta pela vitória de tirar o fôlego, numa palavra: Espetacular.

Cada rodada, cada grande jogo, vamos dizendo este foi o melhor jogo da Copa, dia seguinte, mudamos de opinião, não, é este o melhor jogo, o que só prova de como temos assistido a maior Copa da era moderna, da TV, da Internet, do líquido e do instantâneo. Imediatamente vimos, debatemos entre dezenas, centenas e milhares, sem precisarmos mais de “mediadores” das verdades sobre os jogos e seus resultados, esta é a Copa da Interação TOTAL entre as pessoas em qualquer parte do planeta, nos livramos da mídia seletiva, criamos a nossa própria fantasia.

Por mais coincidência ou graça dos deuses e de todas as galáxias e céus, aqui, no Brasil, na terra do futebol, que me perdoem os azedos e pernósticos, mas foi aqui, neste pedaço do planeta, que a bola encontrou as pernas tortas e retas, virou poesia e fantasia, para se tornar o esporte mais popular entre todos. Os grandes craques forjados nas vilas, campinhos de bairro, nas quebradas, na dura várzea, nos terrões e grotões, eles viraram monstros sagrados e referência para o mundo, tendo em Pelé, o verdadeiro Rei da magia.

Poderíamos traduzir, até hoje, toda esta fantasia, no emocionante Alemanha versus Argélia, o que aparentava ser um passeio germânico, pela consistência e preparação de sua seleção, se tornou dramático, com coloração épica na prorrogação. O jogo extremante bem disputado, leal, franco, sem “cera” da pequena e valente Argélia, que mesmo tendo jogadores extenuados não praticou em nenhum momento o antijogo, de fingir faltas ou contusões, ainda que alguns de seus jogadores apresentassem câimbras, rapidamente se punham de pé para continuar a peleja, sem medo e com tão grande entrega.

A poderosa Alemanha, preparada nos últimos oito anos, com jogadores entre os melhores do mundo, jogando em grandes clubes do planeta, com ótimo toque de bola, claro que se impuseram no jogo, mas encontraram uma verdadeira barreira de defesa argelina, uma dedicada e esforçada equipe, começando com um grande goleiro de defesas mágicas. Os muros de Tróia não caíram nos noventa minutos, mas quando foram ultrapassados, os heroicos argelinos saíram de cabeça erguida, pois estavam cientes do tamanho espetáculo produzido. A batalha de Porto Alegre, já entrou nos anais das copas, como uma das mais belas.

Que Copa, senhores, que Copa, só assim conseguia balbuciar emocionado ao fim da partida, muito bem arbitrada pelo brasileiro Sandro Meira Ricci, a mídia brasileira, a “melhor” do mundo, segundo eles mesmos, apesar de viverem neste péssimo país, que considera a arbitragem brasileira, como tudo que local, a pior do mundo, ontem viu a excelente arbitragem que não atrapalhou o espetáculo. Mais uma contradição desta Copa.

É a #CopadasCopas porque um dia teve um jogo Alemanha 2 x 1 Argélia, por exemplo, ou porque teve um Holanda 5 x 1 Espanha, ou quem sabe porque vimos a pequena Costa Rica derrubar Uruguai, Itália e Inglaterra. Mas, do meu ponto de vista, ela é a Copa das Copas por conta deste povo singular que a fez maior, mesmo diante de tantas apostas contra, de tantos vaticínios de desastre e catástrofes, nada de ruim aconteceu.

#VaiBrasil.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

2 thoughts on “1126: Partidas Épicas e a Magia da #CopadasCopas

  1. “Cada rodada, cada grande jogo, vamos dizendo este foi o melhor jogo da Copa, dia seguinte, mudamos de opinião, não, é este o melhor jogo” >>>>> PERFEITOOOO!!!

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