Arnobio Rocha Política O Brasil entre Pessimistas e Otimistas

987: O Brasil entre Pessimistas e Otimistas


copos

 

Ontem falei dos extremos, pessimismo vs otimismo, com uma visão sobre as pessoas com as quais convivo (Os extremos: Pessimismo e Otimismo), porém boa parte destes sentimentos, principalmente os de pessimismo geral advém, sem dúvida, da postura da mídia em relação ao Brasil e ao seu povo. Absolutamente todos os assuntos tratados são vistos com ódio, desprezo ou de fracasso, como se nada, nada mesmo, no Brasil prestasse, pelas leituras de portais, capas de jornais e revistas, parece que passou da hora de fechar as portas e destruir tudo, tudo deu errado.

Ontem em apenas duas grandes chamadas em letras gigantes no Uol estava escrito: “Com este crescimento pífio, o Brasil demorará 30 anos para ser Rico”. Esta manchete ficou por umas três horas como chamada de destaque, durante a manhã. Pela tarde uma nova manchete depreciativa: “A educação no Brasil só chegará ao nível da OCDE em 25 anos”. O que me lembrou na hora que li as duas manchetes a capa da Veja em 2007 que os estádios da copa só ficariam prontos em 2038, bem, isto nunca será relembrado o pessimista de plantão.

Outra manchete recorrente, principalmente no final dos anos de 1990, e reforçadíssima em 2003 com o inicio do governo Lula, era de que “os gargalos de infraestrutura impedirão o crescimento da balança comercial”, como exemplo central era citado o Porto de Santos, o símbolo do atraso tacanho do Brasil. Sinceramente não sei por qual milagre da natureza, sem deixar de reconhecer que há milhares de problemas mesmo, a balança comercial, importação e exportação se multiplicaram por DEZ nos últimos 11 anos. Os pessimistas não dão braço a torcer e dirão que os dados não são verdadeiros, são “maquiados”, paciência.

Sem dúvida, o Brasil, ainda está muito longe de todos os índices de qualidade de vida, de educação, de saúde, de transporte da Europa, não dela como um todo, a própria Europa tem seu “lado B”. Porém esquecemos quantos séculos de história têm estes países, mais ainda, quantos países foram espoliados por séculos por eles? Quantos bilhões em riquezas foram roubados, saqueados na América, na África e na Ásia pelos “bárbaros”, mas hoje, finos, povos da Europa? As imensas riquezas ROUBADAS pelo mundo, foram transformadas em infraestrutura, em escolas, em hospitais e em qualidade de vida,  ou alguém acha que os europeus puderam construir seu “padrão” do nada?Precisamos lembrar dos horrores das duas grandes guerras e do Plano Marshall?

Tudo bem, o Brasil pode e vai demorar 25, 30 ou 40 anos para ter um padrão “europeu”, mas temos que ter paciência histórica e confiar que se vai mudar e melhorar. E devemos lutar para que realmente isto venha a acontecer, sem precisar espoliar nenhum outro povo, sem invadir países, matar pessoas, roubar suas riquezas, fazer guerras de rapinas e trazer troféus para o Brasil.

A atitude da mídia de apenas ficar jogando na cara jargões e obviedades, como se demonstrasse o FRACASSO do Brasil, no fundo esconde um desejo incontido de que tudo dê errado para dar razão aos que repetem de que nada presta. Pior, no caso da mídia e de seus aliados, mostrar que ainda não chegamos ao padrão europeu é propaganda para que os mesmos de sempre, que JAMAIS quiseram o país melhor, voltem ao governo e destrua o pouco que conseguimos nestes últimos anos, não tem outro jeito de voltarem, se não for jogando areia naquilo que vem sendo feito de bom. Tudo parece pouco, quando não se tem referência histórica, de passado, de presente, os setores midiáticos tentam exatamente isto, apagar qualquer referência para facilitar sua tese de que NADA preste no Brasil.

Convivemos com toda espécie de mazelas e de problemas seculares, mas poucas vezes na nossa curta história, desta jovem nação, se conseguiu chegar a patamares tão melhores, com perspectivas claras de futuro, de que se pode mudar a vida da maioria das pessoas. Pode ser que não se alcance na minha geração, mas vamos nos compromissar para que as próximas gerações possam viver num país diferente do que recebemos de nossos pais.

Mais uma vez, nos separamos dos extremos, pois um país e na análise sobre ele cabe os dois lados, o importante é seguir em frente.

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