Fim de domingo, depois de ir ao Pacaembu, buscando um filme para fechar o fim de semana, escolhi o filme “O Lado Bom da Vida” (Silver Linings Playbook), adaptado e dirigido por David O. Russell, com um elenco em que mesclam jovens e promissores atores como Bradley Cooper e Jennifer Lawrence e veteranos como Robert De Niro e Jacki Weaver e a participação especial do comediante Chris Tucker.
Pat Solitano Jr (Bradley Cooper) é um jovem professor que sofre com os remédios que toma para controlar sua personalidade bipolar, os efeitos são nocivos lhe causando náuseas e dores, além de lhe engordar. Casado com uma colega professora tem um casamento complicado que acaba quando a esposa o traiu dentro de casa com outro professor, transtornado, Pat, surra o amante e é preso e internado. Oito meses num sanatório em que ele sabota constantemente o tratamento, mas sua mãe, Dolores Solitano( Jacki Weaver), decide levá-lo para casa sob custódia.
A difícil readaptação de Pat, que alimenta o desejo de voltar o casamento, mas sem se dar conta de uma série de restrições impostas devidas ao surto em que bateu no amante da ex-mulher. Pat fez enorme sacrifício para emagrecer, pois acha que era este o ponto central do fim do relacionamento, então passa a se exercitar, correndo pelas ruas do bairro. O ambiente familiar é carregado, a mãe carinhosa tem de conviver com um seu pai aposentado e viciado em aposta de jogo. A relação pai e filho é péssima, Pat Solitano( Robert de Niro) é um torcedor cheio de manias do Philadelphia Eagles, time de futebol americano, ele faz de sua casa um centro de apostas, pois perdeu a aposentadoria, cortada devida a crise.
No meio deste tumulto, Pat Jr, conhece a bela Tiffany(Jennifer Lawrence) também perturbada pela morte precoce do marido, que passa a colecionar amantes e perde o emprego e a vida. Os dois tem um ponto comum: Negam a perda dos seus parceiros. A não aceitação da “morte” faz com que se unam nas corridas pelo bairro e para dançar. Ambos buscam uma estratégia para superar seus traumas e dançar parece à maneira ideal. Mas nada é fácil na delicada relação, os limites são extremamente estreitos e as frustrações dão o tom.
Um filme raro, bem conduzido, de uma beleza sensível, sem apelar para soluções fáceis, a sensação que se tem é de se viver uma terapia coletiva permanente, principalmente quando se irrompe os limites das personalidades em tela. Pais e filhos, marido e mulher, uma infelicidade geral, mas com hiatos felizes, engraçados e tensos. Nunca se sabe o que virá e esta imprevisibilidade é a melhor marca deste belo filme.
Amei esse filme. Vi semana passada e já tô querendo rever.