Ontem fui ao encontro dos pais do catecismo de minha filha menor, tarefa interessante dos pais. Um bom encontro na escola dela, neste mundo cada vez de menos encontros. O tema foi comunicação entre pais e filhos, pais e pais, filhos e filhos. Na verdade, a conversa era sobre a falta de comunicação generalizada, que nos faz nem saber os nomes dos vizinhos de porta, por exemplo, imagine dos nomes dos pais dos amigos de nossos filhos.
É uma situação muito complicada que reflete bem nosso dia a dia corrido, sem nem nos darmos conta de por que corremos tanto, para que mesmo corremos tanto? O papo de ontem e a dinâmica de grupo acabou desembocando sobre tecnologia, onde ela ajuda e onde ela atrapalha o diálogo entre todos nós. Os vários exemplos positivos, como o de mandar mensagens, trocar emails, fotos e de conversar via as redes sociais com nossos filhos e amigos. Mas, também, o isolamento e as barreiras que a tecnologia impõe aos que não a usam constantemente, que acaba afastando mais as pessoas, criando sérios problemas geracionais.
Interessante como o debate e as conversas de um grupo tão heterogêneo como aquele foi naturalmente caminhando para vários pontos comuns, mais ainda como há identidade enorme, em particular nos problemas de comunicações nos diversos grupos familiares, nem importando tanto idade ou condição financeira. Por mais que falássemos coisas óbvias, como ouvir mais, conversar mais com nossos filhos, dar mais amor e atenção, não conseguimos transformar ideia em ação. Naquela “terapia coletiva” acabamos rindo, refletindo e , acredito, decidindo pequenas iniciativas para mudar nossas posturas.
Ao final, houve vários depoimentos bem interessantes sobre problemas enfrentados por nós, contei sobre minha filha mais velha e sua doença, alguns sabiam, choro geral, meu inclusive. Outros pais falaram de seus dramas, conflitos, o que enriquece a experiência de sermos pais, de como participar da vida de nossos filhos e de como deveríamos nos integrar mais na comunidade, em particular na escola. A divisão de cargas e responsabilidades sobre nossos filhos e sobre os filhos de nossos amigos, compartilhando experiências e os acompanhando em todos os seus caminhos o que tornaria mais fácil enfrentar os desafios da vida, principalmente da comunicação.
Tenho gosto por estes encontros, nem importa se catecismo ou reunião de pais na escola, acredito que é uma forma de nos aproximar de outras experiências de criação, aprender mais, ensinar um pouco, até conhecer mais nossos filhos através de olhos de outras pessoas, professores, pais e amigos.
Tema assaz complexo. Particularmente, não tenho muito gosto por esses encontros de escola, ou seja qual for, derivados que são pelo simples fato de ter uma filha. Em geral (atenção: é opinião exclusivamente pessoal sobre o assunto) é uma mesmice só. Até essa questão do uso da tecnologia como forma de “interação/integração”. Em pouco tempo só restarão lembranças dessas incontáveis reuniões…