Nestes dias de intensos movimentos rascunhei algumas ideias sobre o cenário que se abriu desde o início destas manifestações, no meu último post ( O Fora Dilma(??) – A Loucura tem um Método) apontei as causas objetivas( Economia) que justificavam uma certa explosão de uma rebelião represada, como também vislumbrei os velhos métodos que se assenhorearam dos movimentos, quase o “sequestrando”, sem uma resposta nem do governo, muito menos da esquerda.
Por fim conclamei que “Dilma deve chamar o povo e sair da letargia, não há outra forma de combater um movimento articulado pelas mãos “invisíveis” de velhos golpistas, do passado e do presente, tática já usada largamente em vários países da América Latina, sendo o Brasil a “joia da Coroa” com suas imensas reversas do Pré-Sal, do imenso aquífero e de uma economia floresceu a despeito da crise. Pode existir tudo, menos “anônimos” nestas manifestações.
A resposta aconteceu em dois momentos bem articulado, um pronunciamento da sexta apontando que há comando no país, que as reivindicações são legítimas e que o governo vai incorporar em suas ações as principais demandas, apontando como e onde se dará esta ação. A Presidenta chamou na segunda pela manhã os representantes do Movimento Passe Livre (MPL) que efetivamente chamou o povo às ruas, para ouvi-los, reconhecendo assim sua representatividade e legitimidade política.
Logo a seguir chamou as autoridades dos estados e principais municípios para que a institucional idade passasse a debater o que se pede nas ruas. Deste encontro a Presidenta formulou 5 pontos de compromissos, acertando em cheio aquilo que se ouve nas ruas:
1) responsabilidade fiscal para garantir a estabilidade da economia;
2) convocação de um plebiscito sobre reforma política e alteração na legislação para que o crime de corrupção se torne hediondo;
3) pacto pela saúde, com a criação de novas vagas para médicos e a contratação de profissionais estrangeiros;
4) investimento de 50 bilhões de reais em mobilidade urbana para transportes, com metrô e ônibus;
5) mais recursos para a educação, repetindo a destinação de 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação.
Antes de entrar no mérito do tema mais polêmico, a questão do plebiscito com chamado à constituinte exclusiva sobre reforma política, que tentaremos tratar num outro artigo, vejamos como se comportaram aqueles que se achavam “donos das ruas” em particular a Mídia, em especial a Rede Globo, e setores de oposição que malfadada nas urnas, buscavam um atalho para derrubar o governo.
Os oportunistas da mídia e velhos políticos tradicionais tentaram surfar a TSUNAMI, agora se revelam sem máscara. Bastou que Dilma abraçasse o cerne das causas que mobilizou milhões, a Reforma Política e Democracia Direta (Plebiscito), Mais verbas pra educação via pré-sal, combate a corrupção com punição mais severa. Todos agora gritam: Chavista, Venezualização… Ora, por que não me espanto?
Os oportunistas queriam surfar a onda achando que assim derrubaria Dilma, agora feito ratos bombardeiam a causa, se revelam os retrógrados de sempre. Dilma deu um “Nó Tático” trouxe as propostas do movimento para arena política apontando quais os caminhos para que se conquiste. Dilma fez o que se esperava dela, soube trazer para dentro das instituições as vozes das ruas, por outro lado leva às ruas o processo institucional.
Podem apostar: Globo e seus mequinhos amestrados vão gritar de ódio cabendo aos manifestantes olharem quem realmente estará sempre ao seu lado, ao lado do Povo. Dilma demonstrou que o discurso de sexta não foi da boca para fora, hoje partiu para ação. Ontem foi o Batismo de Sangue do Governo Dilma, que saiu definitivamente da sombra do Governo Lula, o que é bom para o país, assim tocamos em frente.
Ela começou a governar agora? Acordou? Essas promessas foram peças na campanha. Por que não fez antes?
Só vou acreditar que a Dilma realmente abraçou a causa das manifestações, a partir do momento em que esquecer as idéias lulistas e passar a tomar decisões extremas para fazer cumprir a Constituição e a lei de Responsabilidade Fiscal. Passar a fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, principalmente os destinados às Arenas bilionárias. Cobrar do legislativo e judiciário as mudanças no Código Penal para punir todo tipo de marginal, principalmente os do colarinho branco.
Muitas pessoas que estavam nas manifestações, infelizmente, não sabem as atribuições do PR, do CN e do PJud. Acho que esse pronunciamento foi bom, pois mostra que não cabe só a ela as mudanças que a população deseja, depende do CN também. Quanto a Constituinte exclusiva, ainda preciso estudar um pouco, pois não domino o assunto. Já a ideia de um plebiscito me deixa muito satisfeita. Realmente, ela deu um grande passo para sai da sombra do Lula;