Alguns posts, que escrevi, quando releio me questiono se poderia ter escrito de outra forma, ou se a ideia era aquela mesmo. Às vezes, tenho a nítida impressão de que, se fosse hoje, não os faria daquele jeito, não que me arrependa de tê-los feito, ao contrário, mas é como se faltasse algo, e este algo, sou eu. Ao não me enxergar no texto, com a complexidade de minha personalidade, fico com a certeza de que eles são frutos oníricos ou de pensamentos que foram tão momentâneos que não fui “eu”.
A carga psíquica e emocional, de quem escreve em grande quantidade, se eleva, o estilo e a persona aparecem, saltam aos olhos, estas pistas tornam fatal, para si, ou para quem os acompanha, pois consegue perceber o que lhe pertence e o que apenas lhe saiu das mãos, nos toques automáticos dos dedos no teclado. Este processo de identidade, de DNA, nos textos são fundamentais para o leitor, mas, em alguns casos, torturante para nós que elaboramos, as sutis mudanças são “cobradas” de forma direta ou discreta, o que acaba nos pressionando.
Ano passado foi uma virada no blog, ele finalmente entrou num estágio de massa crítica, não apenas pelo público que atingiu, pela produção intensa e em grande quantidade, mas principalmente pela identidade e estilo definido. De certa forma, o blog suplantou o blogueiro, ou dito de outra mão, o blogueiro iniciante não existe mais. Esta afirmação dá um certo medo, ao mesmo tempo que aumenta a confiança, neste misto de sentimentos é que começo a me definir melhor, com mais precisão.
Os temas tateados se completaram, o eixo central : Política, Economia e Cultura. Tinha sido definido, pretensiosamente ainda em 2009, na primeira versão do blog, quando ainda não passava de um rascunho, ou seja, ali foi um insight do que veria a ser, o que efetivamente se tornou. As seguidas redefinições e subtemas consolidaram a ideia inicial, dando mais substância ao que pensei, lá no começo. O prazer de saber que avançou para este estágio é imenso, mas a responsabilidade é maior ainda, o compromisso também, com todos que se associaram à esta ideia.
Estes editoriais, ou confissões, servem para compartilhar os medos, as certezas e principalmente dialogar com os que me leem, dando uma maior intimidade e companheirismo nesta aventura, quase diária. Enquanto houver prazer em escrever, estaremos aqui, debatendo ideias e tentando conhecer mais do que nos cerca.
Cheguei, vou botar a leitura em dia!