Chegou dezembro e ontem sonhei muito com meu pai, era nítida sua imagem na fazenda recebendo os netos, justamente porque era dezembro. Até pouco tempo, já no fim de novembro ele partia para Fortaleza, enchia o carro de netos e voltava todo feliz para casa, os próximos dois meses a casa cheia preenchendo o vazio dos meses anteriores, o entra e saí dos meninos, descalços sujos, a avó chamando para tomar banho e comer e eles aprontado nos cajueiros, era a cena comum naquela época.
Quando escrevi A mítica fazenda dos Rochas, um trecho disse: “Depois da morte do vovô Doca Rocha, a doença do meu pai e sua volta para fazenda, construímos uma casa apenas para nós. Menor, mais aconchegante, virou nosso território. Ali meu pai revive seus tempos de menino. Um homem que se transformou de um pai duro à um avô “babão””. É exatamente isto, naquele espaço todos os netos se transformaram em rapazes e moças, sob as benção dos avós carinhosos.
Acordei afogueado, precisava ouvir a voz dos meus pais, saber se estava tudo bem, liguei várias vezes, até a Tim deixar completar uma chamada, mas ao conversar com eles me acalmei. Depois de perguntar se estava tudo bem, perguntei sobre os netos, se já tinham chegado. Meu pai meio triste disse que este ano só o Juninho iria cedo. O trio de ferro: Pedro Juvêncio, Paulo Jr e Juninho, vai se desfazendo nas férias. Estes três eram os assíduos de ficar até o último dia de férias e, se desse, um pouco mais. Pedrinho, na universidade, com 20 anos, continua sempre arrumando uma desculpa para curtir os velhos. Paulinho com 17 anos está em plena época de vestibular. Juninho, com 14 anos, fará a companhia dos avós e seus padrinhos.
Notei que ele não estava tão animado, já espera a 4ª geração, nossos netos, para reavivar aquela casa, que tanto amor nos dar. O pequeno João Airton, o primeiro bisneto, é a felicidade constante, com quase 2 anos e meio, já entende tudo, aprontando na casa, fazendo a alegria dos bisavós. Vinicius, o neto mais novo, que tanto ama a fazenda, de andar a cavalo, quando vai embora os velhos choram, aliás toda partida dos netos, meu pai e minha mãe se emocionam, derramam lágrimas, emocionam os filhos e netos, pelo grande amor que nos dedica.
Nós, aqui, tão longes, aproveitamos as idas ao Ceará para viver momentos intensos, que são sempre maiores, quando estamos na mítica fazenda dos Rochas, ouvimos atentos as velhas histórias e estórias do meu pai, a paciência, inacreditável para nós, os filhos, com que ele trata os netos, fazendo todos os gostos, preparando os cavalos, levando-os ai açude, ensinando-os a dirigir. Minhas filhas se realizam ali.
O coração deles apertados com o tratamento da Letícia, é sempre a primeira pergunta quando eu ligo, ontem lhes disse que hoje, seria um dia especial para ela, a voz embargada tanto da minha mãe, quanto do meu pai, denuncia o sofrimento e fé no fim de nosso pesadelo.
Bem, finalmente é dezembro, que venha muitos outros e que os netos possam viver a emoção de curtir seus avós, tão amorosos e dedicados.
Arnóbio,
Adoro ler o seu blog, principalmente quando fala de nossos pais tão dedicados conosco e os seu netinhos, terá felicidade maior nesta vida? sermos filhos deles? acho que não…amo muito aqueles dois…meu santinho e minha santinha….Passar uns dias lá não tem preço!!! bjs sua irmã Luciete
Tio lindo amei, e como sempre chorando..
Estou chorando e muito emocionado ao ler, parece que um filme passou em minha mente agora, tudo que vive lá com eles, e com meus primos que mais pareciam irmãos. Infelismente as obrigações da vida nos impossibilita de viver aqueles um mês e meio de felicidade no paraíso, onde ao ir embora ja tava pensando quando dava certo ir novamente. Mas como diz meu pai, longe é um lugar que nao existe quando se tem amor no coração, e baseado nisso que eu nao deixo nunca de maquinar, formas, desculpas pra ir lá só almoçar, muitas vezes. E tudo é recompensado só com aquele abraço e beijo de um verdadeiro amor.
Oh Nobinho…não dá pra segurar as lágrimas…nossos pais são realmente apaixonados pelos netos, ver mamãe fazendo o bolo pro Pedro Juvêncio, o pudim pro Júnior, doce de leite pro Paulinho e por aí vai, sempre agradando a cada um, fazendo com que os dias passados lá, eles esqueçam que tem pais.
Nossos pais são fonte de inspiração para qualquer um, quem vai lá não esquece, nunca.bjs Hermínia
Pois é na nossa agenda de férias, sempre tem uma ida a fazenda. Meu marido ama muito, meus filhos também e eu tenho a oportunidade de curtir meus santos (eles são as nossas vidas) Eles nos deram mais que a vida, nos dão exemplo, amor.
Lá o tempo espera… portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar, em todas as mesas pão…