Ainda sob impacto de ter assistido ao grande filme “Hugo Cabret” que prontamente resenhei, passei um dia bem mais leve, voltei a acreditar nas pessoas e na vida, de forma plena. Por mais que tenha escrito sobre o filme, relendo me parece pouco, a força que conquista e nos leva à outros campos, não pode ser resumido em alguns parágrafos e/ou palavras. É grandioso, sensível, toca profundamente em pontos tão caros aos homens, de forma direta e simples.
Ao contrário de “Cinema Paradiso”, que acho tão lindo e profundo quanto “Hugo Cabret”, verei mais vezes, ambos trabalham com elementos de filme/cinema dentro de filme/cinema, do ponto de vista da criança/adolescente, o poder que a arte tem diante destes olhos, que se apaixonam pela telona e dela percebem toda a dimensão da vida, da poesia, pouco importando o ambiente, externo, adverso. Ali, naquele ato, você viaja, sonha, vive, se perde e se encontra, tantas vezes, numa magia de imagens e sons.
Como falei aqui, outro dia, nunca consegui rever “Cinema Paradiso”, acredito que não tenha força para fazê-lo, não saberia explicar por razões lógicas, qual o motivo de travar diante do filme. Quando terminei de assistir ao dvd do Hugo Cabret, corri a procurar mais comentários sobre o filme, tem um belo apanhado dos atores, produtores e do próprio Scorsese contando como tomaram parte desta grande aventura, foi como prolongar a emoção do filme, realmente é genial, a concepção e a montagem.
Parece claro que, toda a situação que vivo, atualmente, impulsiona-me a uma emoção maior, que transborda e facilmente se transforma em lágrimas. A mensagem central, que captamos em casa, era sobre qual nosso papel na engrenagem geral da vida, ou melhor, para que vivemos? nossa vida ser para que? Estas perguntas capciosas que nos atormentam nos últimos dois anos, foram, de alguma forma, respondidas pelo destino de Hugo. Sua luta, se revelou fundamental para que a fantasia fosse resgatada, mesmo vivendo sob aquelas condições.
Dentre as várias lições que o filme me deu, a maior foi a de ver o sentido de redenção, de como viver sob intenso medo, temor, encontrar razões para continuar, mesmo quando ainda não saibamos quais serias estas. No meu caso, a razão, mais urgente, tem nome e sobrenome, sem pestanejar consigo saber e mentalizar para onde vou canalizar minhas forças, energias e animo, sem dúvida.