Escrever como se não houvesse amanhã, é isto que mais tenho feito,nos últimos dois anos. Lembrar de fatos pretéritos, viver o presente, sem se arrepender do que foi feito, afinal tudo faz parte desta aventura, chamada vida. Alguns elementos fundamentais, que alinham as ideias, entrelaçam nossos pensamentos, dentre estes a música e a literatura realçam minha mais tenras lembranças. Quando isto acontece, o ato de escrever se torna simples e rápido.
As palavras vão aparecendo na tela sem que precise de muito esforço para sequencia-las, estes momentos criativos são de enorme prazer, percebo a aceleração cerebral, algumas vezes “como” as palavras, pois escrevo como se falasse. Hoje mesmo, os dois textos anteriores ( Piaf e Floripa e Música: do LP ao MP3), saíram de forma simples como se já estivesse prontos, será que não estavam? Bate uma vontade de falar/escrever mais, contar coisas, botar para fora alguns medos, ou desabafar.
Pode ser que seja isto que chamem de inspiração, mas isto serve tanto agora para escrever aqui, como para ler no passado. Teve um período na minha vida, entre 20 e 25 anos que a leitura era algo tão forte e desafiante que lia os livros com um furor e prazer imenso. Lembro que, certa vez, em 4 dias, li o Decameron, era uma vontade louca de devorar, mais e mais. Agora escrevendo me vem à memória os lugares que li alguma daquelas novelas, o dia, a hora. As anotações, o que mais me impressionou. Desta época guardo as melhores lembranças dos livros lidos, dos apontamentos, sem saber que 20 anos depois seria transcritos para meios eletrônicos.
Estas fases, são marcantes na minha vida, tem/tiveram como fio condutor a vontade de conhecer, descobrir coisas novas, dos meus potenciais, que antes não percebia, das minhas vaidades, intelectuais, ou de minhas afirmações. Cada uma delas são faces de mim, foram/são importantes, me ajudaram, tanto na vida profissional, quanto na afetiva, ou no exercício da cidadania. O que hoje tenho em relação a escrever, tive em relação à leitura. Estes pequenos desafios mentais, me moldam a ser o que sou. Certo, ou errado, muito ou pouco, são as mais profunda viagens, rumo ao desconhecido, rumo ao saber.
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