17 de novembro de 2025

0 thoughts on “185: Crise 2.0: Depressão e Democracia?

  1. Como vemos, você esteve na frente dos dois o tempo todo. Essa preocupação a gente já discute aqui há tempos. Claro que quando chamo a Merkel de der Führer não uero dizer que seja o novo Hitler — não invadiu a Polônia nem nada, hehehe –, mas está fazendo coisas perigosas, impondo humilhações dolorosas e acirrando ódios. Tenho medo dela e da arrogância dela.

  2. Sabe, Arnobio, pra mim não é o fato da onda da direita surgir em tempos de crise que me preocupa. O que me deixa preocupada é o que a esquerda fez quando esteve lá no poder? Como é que se pensa e se prepara uma economia de esquerda?

    Quero trazer aqui pra você e pros seus leitores um texto curto do Eduardo Galeano, escrito em 1991 (pra você ver como é atual!), sobre o poder “invisível” que está na mão dos “banqueiros”. Só não vale dizer que o Galeano é psolista, tá? rsrsrsrs Veja se não é atual:

    A vida profissional / 3

    “Os banqueiros da grande bancaria do mundo, que praticam o terrorismo do dinheiro, podem mais que os reis e os marechais e mais que o próprio Papa de Roma. Eles jamais sujam as mãos. Não matam ninguém: se limitam a aplaudir o espetáculo.

    Seus funcionários, os tecnocratas internacionais, mandam em nossos países: eles não são presidentes, nem ministros, nem foram eleitos em nenhuma eleição, mas decidem o nível dos salários e do gasto público, os investimentos e desinvestimentos, os preços, os impostos, os lucros, os subsídios, a hora do nascer do sol e a freqüência das chuvas.

    Não cuidam, em troca, dos cárceres, nem das câmaras de tormento, nem dos campos de concentração, nem dos centros de extermínio, embora nesses lugares ocorram as inevitáveis conseqüências de seus atos.

    Os tecnocratas reivindicam o privilégio da irresponsabilidade:

    — Somos neutros — dizem”.

    To espalhando esse texto nos artigos de economia que leio por aí porque acho que o Eduardo Galeano está atual demais pro meu gosto…
    A a ideia de que as pessoas de poder financeiro terem mais poder do que as democracias representantivas já é antiga dentro da esquerda, já poderíamos ter pensado em algo pra contrabalançar esse poder…

    Como escreveu o Boaventura, “A direita tem à sua disposição todos os intelectuais orgânicos do capital financeiro, das associações empresariais, das instituições multilaterais, dos think tanks, dos lobbistas, os quais lhe fornecem diariamente dados e interpretações que não são sempre faltos de rigor e sempre interpretam a realidade de modo a levar a água ao seu moinho. Pelo contrário, as esquerdas estão desprovidas de instrumentos de reflexão abertos aos não militantes e, internamente, a reflexão segue a linha estéril das facções”.

    http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5356

    Ufa! Era isso que eu queria desabafar.

    Abraços,

    Amanda

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