2648: Lô Borges e todos aqueles mineiros que Milton Nascimento (carioca) nos deu!

Lô Borges um grande poeta e um dos fundadores do Clube da Esquina.

Se eu cantar, não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?
(Um girassol da cor do seu cabelo – Marcio Borges e Lô Borges)

Ainda que o conceito de Gênio tenha se perdido em todos os campos, especialmente porque se elasteceu demais e os verdadeiro gênios acabaram eclipsados por muitos mais ou menos, não é uma questão elitista, excludente, apenas um reconhecimento de que há pessoas singulares em casa campo, quer seja no esporte, na literatura, na música, na ciência, na tecnologia, política, outros mais.

Dito isso, é preciso dizer que Milton Nascimento é o mais genial cantor brasileiro, sua voz e docilidade é o que há de mais profundo que já ouvi em português, que toca tão intensamente nas minhas emoções que põe em xeque meu ateísmo, pois nada é tão lindo quanto ouvir Milton Nascimento, com ele, sua genialidade, formou uma constelação de gente extraordinária, pois gênio atraí gênios, ou pelo menos acima da média.

Sofri calado esses dias a morte de Lô Borges, ali daquela turma de “mineiros”, era um dos mais completos e criativos, uma produção musical, letras, composições, arranjos de cair o queixo, como ele mesmo disse certa vez disso num programa: “escrevo e componho, toco, porque isso me alimenta, não penso se essas coisas que penso e transformo em música farão sucesso, mas é o que me faz feliz”. Genial a definição, a despretensão de um cara que já fizera tanto pela Música Popular Brasileira.

Aliás, é da nossa essência de que escrever é não ter obrigações de “sucesso”, mas expressar sentimentos, em qualquer momento da vida. Isso dito por Lô Borges, um cara que aos 20 anos, foi peça central naquele é considerado um dos melhores discos da história da MPB, o álbum duplo Clube da Esquina.

Naquela esquina de Milton Nascimento, dos irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô), Beto Guedes, do poeta Fernando Brant, tanta gente que se juntou, naquele florescer de Minas, nomes como Wagner Tiso, Flávio Venturini, Toninho Horta, uma geração iluminada demais, de tantas poesias, ideias, estática e movimento.

Fará muita falta, o imenso Lô Borges!

Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
(Clube da Esquina nº 2 – Milton Nascimento, Marcio Borges e Lô Borges)

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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