2627: A Homologação de Terras Indígenas no Ceará: Dos povos Jenipapo-Kankndé, Pitaguary e Tremembé de Queimadas. E seus Significados!

A solenidade de homologação de três novas Terras Indígenas , dos povos Jenipapo-Kankndé, Pitaguary e Tremembé de Queimadas.

 

Por que Lutamos?

Essa pergunta é capital para entender a vida humana na Terra.

Lutamos porque desde os primeiros tempos a necessidade de sobrevivência sempre foi maior do que a possibilidade de uma vida tranquila, quando a humanidade avançou para superar apenas à condição de lutar pela vida, ela já estava dividida entre senhores e escravos, depois entre senhores feudais e vassalos e por fim, no estágio mais avançando, entre o Capital e o Proletariado. Transversal a tudo isso, temos aquelas comunidades de mulheres e homens livres que não se submeteram a nenhum Estado, muito menos aos governos de plantão, por sua longa história, como também aqueles que resistiram à escravidão e construíram suas comunidades autônomas.

Quando um Estado, um Governo, reconhece o direito de existir, de forma digna, dentro dos valores dessas comunidades, sem que se imponha à logica da época vigente, é uma mensagem poderosa ao mundo de que há espaços para múltiplas convivências e que a modernidade disruptiva não é única e nem é o modelo único, a Natureza Humana vibra feliz e sorri no meio do caos em que vivemos.

Ontem assiste emocionado um momento histórico e simbólico para o Brasil, a homologação da terras Indígenas do Ceará, pelo nosso presidente Lula, dos povos Jenipapo-Kankndé, Pitaguary e Tremembé de Queimadas. A terra da luz, repetiu-se!  E em nossas veias e no encanto desse povo tão particular, que é o Ceará, o coração bate mais forte, um misto de orgulho e saudade e de sentimento histórico.

Que coisa linda ver na foto Sonia Guajajara, a ministra dos povos indígenas e originários, numa solenidade em que o Presidente Lula é espectador e parte, mas o protagonismo é nosso povo que sempre esteve aqui, nós somos os estrangeiros, é um gesto de retorno à terra do que é da Terra.

A Nota pública dá mais emoção:

“Essas três demarcações (uma quarta terra, Tapeba ainda está em andamento) – reivindicações de lutas históricas de nossos povos originários – só foram possíveis graças a uma potente parceria entre o nosso o IDACE (Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará) que realiza o trabalho em campo de demarcação -, a Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará e a FUNAI.
Destaque-se que o Ceará – por decisão política do Governador Elmano é o único Estado da Federação que destina recursos e pessoal para demarcar terras indígenas. Para essas quatro áreas, foram destinados quase 3 milhões de reais do orçamento estadual”.

Pessoalmente sou tocado pela longa militância do amigo e companheiro João Alfredo Telles (que estava na solenidade), hoje presidente do IDACE, pela amiga-irmã-camarada, Ecila Meneses, nós brancos, aliados e com orgulho podemos fazer algo pelos nossos irmãos da terra. Vocês, num governo de coalizão, sabem aproveitar os espaços para obter vitórias espetaculares pelo nosso povo, aqueles e aquelas que mais precisam e lutam pela terra e sua preservação.

Reconhecer os direitos dos povos originários, quilombolas, é algo Revolucionário num pais de latifundiários e assassinos no campo e na cidade daqueles que lutam pela terra e pelo teto, num mundo da modernidade líquida, das Big techs, distópico, de uma realidade higiênica, olhar esse povo lindo, colorido, sendo a imagem marcante de que há tantos mundos possíveis, mesmo numa conjuntura destrutiva e robótica.

Parece uma gota no oceano, e é, mas as Utopias são assim, nascem assim, vivem assim, desses belos instantes.

É por isso que lutamos!

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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