2532: Nosso Outono!

 

O Outono chegar para todos, alguns vão antes, em pleno verão.

“Não devias ter envelhecido antes de ficares sábio” (Rei Lear – W. Shakespeare)

Hoje publiquei uma foto das minhas filhas, quando crianças, veio uma sensação de retorno, do que signifiquei/significo para elas, Letícia já nos deixou, Luana não sei, pois não fechei meu ciclo ainda, acho!

O nosso tempo por aqui é um piscar de olhos, se muito, em todos os momentos deveríamos ter ciência (consciência) de nossa terrível brevidade, entretanto, essas reflexões só virão quando já tivemos gasto nosso bem mais precioso e nosso tempo já foi,  do ponto de vista da consciência, por mais que estejamos realizando/trabalhando, no mais profundo íntimo, viramos apenas um círculo vicioso que fica a olhar para trás, um misto de arrependimento, insatisfação e tentamos encontrar algo positivo que nos anime a completar o ciclo final, com alguma paz ou com ódio de si mesmo.

É claro que não vamos mais brigar com o pretérito, ele já foi, não voltará, quem sabe olhar para frente.

Fiz coisas terríveis e nem preciso nominar, escrever, como tem algumas coisas boas realizadas, ainda que tanto umas quanto outras dependem do olhar externo, tenho a minha própria autocrítica, não para me massacrar, punir, apenas para tentar agir diferente, quando estiver em situações iguais, poderia ter outras atitudes, antes, a minha arrogância e vaidade não permitiram, nem penso que tenha sido a imaturidade.

Óbvio que não há um balanço, também não tenho nenhuma preocupação com salvação ou misericórdia de qualquer tipo, nem daqui nem mesmo de alguém superior, não tenho qualquer crendice (isso não me faz melhor ou pior, apenas sou), sou ciente de que mesmo respeitando as crenças que as pessoas carregam, ainda que não respeitem aqueles, como eu, que não tem fé ou que crê em “algo mais”, ou espera uma escatologia que nos redima.

Sou/fui justo, correto, ético, nas minhas ações públicas ou privadas? Tenho reputação?

Sinceramente penso que sou apenas mais um, nem maio ou menor do que os demais, que soube (sobre)viver, adaptar, tentar conhecer as coisas do mundo, em especial os livros, os sonhos, sonhar com outro mundo daquele em que nasci ou que vivi, talvez por curiosidade, não por vergonha dos meus, ou de onde vim, mas ousei ir, sair, voar. Carrego em mim, ainda, um sentimento de gratidão aos que de alguma forma me ajudaram, enxergaram em mim algo que muitas vezes nem eu mesmo sabia que tinha, ou se era ilusão dessas pessoas, em todos os ramos da minha vida.

Aceitar nosso outono é uma arte!

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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