2533: Ainda Estou Aqui e o Oscar!

Ainda Estou Aqui e suas três indicações ao Oscar 2025!

Por mais que se diga que o Oscar não é parâmetro para atestar a qualidade de um filme, de um Diretor (a), Ator e Atriz, que é um prêmio com alta conotação ideológica e de controle político e econômico dos grandes estúdios, que obviamente privilegia uma das maiores máquinas econômicas dos EUA, em especial, não se pode negar seu lugar e importância para cinema de países como o Brasil, cuja produção cinematográfica ainda é carente de investimentos e de qualidade e tem momentos de altos e baixos, o que reflete a cultura em geral, que tem (tinha) na televisão aberta, leia-se Globo, sua maior expressão e força, inclusive como parte de propaganda política.

Dito isto, é com enorme satisfação que o cinema brasileiro possa figurar em premiações, também nos EUA, como já foi premiado na Europa, nos festivais de Cannes, Veneza, Berlim, entre outros. Esse reconhecimento de cinema fora da produção de Hollywood, deu força para o Cinema argentino, mexicano, abrindo oportunidades para atores, atrizes, diretores, roteiristas, filmes, com premiações importantes, será que é a vez do Brasil? Não será apenas um espasmo, depois voltaremos daqui há décadas.

O filme de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, baseado na história de Eunice Paiva, no livro do seu filho, Marcelo Rubens Paiva, já resenha duas vezes aqui (Fernanda Torres, a afirmação da Democracia e dos Direitos Humanos, SEM ANISTIA! Ainda Estou Aqui – o Brasil que varreu a Ditadura para debaixo do tapete!), é realmente um fenômeno, por tudo que já foi dito, a história comovente e dura, de um recorte familiar (eu sei, de classe média, ela também foi vítima, pô!), das atrocidades cometidas pela DITADURA CIVIL-MILITAR, que jogou o Brasil no mais profundo obscurantismo, atraso institucional, político e cultural.

Trazer para o cinema, um tema que não resolvido, posto que os acordos pela anistia jogaram para debaixo do tapete toda sorte de canalhice, impunidade para os torturadores, o que deu azo para que as “viúvas da ditadura” criassem uma realidade paralela endeusando os ditadores e seus comandados, vencendo as eleições e jogando o Brasil no Caos, por pura falta de memória, de jogar luzes nas várias histórias cruéis, tão comuns que os trabalhadores (as), a classe média urbana, sofreram pela falta de Democracia.

O filme funciona como parte de um resgate e serve de contraponto na atual luta política e ideológica.

Para além disso, a alta qualidade da narrativa, da captação de imagens e da atuação estupenda do elenco, com mais destaque para Fernanda Torres, fez com que o filme fosse tão bem recebido no Brasil, na Europa e agora nos EUA. A premiação de Fernanda Torres e a indicação ao Golden Globe, foi fundamental para que de forma inédita, o cinema brasileiro entra na disputa em três categorias : Melhor Filme (a maior categoria), Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz.

É quase um sonho, independente se ganhará alguma estatueta, tudo isso é muito grande.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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