_Olha, Sancho, um homem não é mais que outro se não faz mais que outro. Todas essas tempestades que nos acontecem são sinais de que logo o tempo vai acalmar e vão nos acontecer coisas boas, porque não é possível que o mal ou o bem durem sempre, do que se conclui que, havendo o mal durado muito, o bem já está perto. Então não deves te impressionar com as desgraças que me acontecem, pois a ti não te cabe parte delas. (Dom Quixote, Canto XVIII, Miguel de Cervantes)
É o último do ano de 2024 e, seria um dia de reconciliação, de esquecimento, por assim dizer, depois de um longo tempo de muitas dores e sofrimentos, mas nem sempre se consegue fazer o que se deve, ou que é devido, uma certa sombra de incertezas e rusgas permanecem, para muita além dos desejos e vontades, nos impulsionando para luta, ou, pelo menos, para não cair no lugar-comum como se nada estivesse acontecendo.
A questão mais premente que me vem à cabeça esses últimos é essa tal de LIBERDADE, a quem ela pertence mesmo?
A bela ilusão burguesa nos ensinou sobre a natureza livre dos homens (e mulheres), de que somos senhores do nosso destino, cada pessoa um voto, por exemplo, uma relação igualitária, que nos leva ao engano fatal e nos sentimos iguais, pelo menos formalmente. Aí começam os problemas insolúveis, quando a imensa maioria trabalha apenas para sua reprodução física, orgânica, mal tem tempo de ser gente, pois o cansaço e a lida é muito dura, que dormir é o maior alívio.
As diferenças de classes e suas aspirações separam a humanidade da ilusão de LIBERDADE, ela simplesmente não existe, o acesso às maravilhas criadas pela mente humana são restritas aos que efetivamente detém o Poder econômico, não passa de um sonho, de um desejo que não se realizará nunca numa sociedade dividida em classes antagônicas, mais ainda numa época de domínio ultraliberal (Ultra LIBERDADE), em que não mais mediações ou compensações para enorme exploração humana.
Ora, nessa quadrada histórica, contraditoriamente, é o momento em que mais se grita e se fala da LIBERDADE como valor fundamental, que só não se consegue ter quem não quer, quem é acomodado (a), inclusive os que vivem de “carteira assinada” ou com “emprego público”, pois são presos ao passado e não evoluem, bom mesmo é ter a liberdade de ser um uber, um entregador do ifood, ou do mercado livre, pois você trabalha como e quando quer:
#SQN.
A LIBERDADE não é o famoso bairro japonês de São Paulo, muito menos a que se lê nos jornais decadentes de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de Brasília, nem numa propagando do Itau ou do Bradesco, muito menos nos discursos fajutos daquele movimentos do boçais livres, nos da fâmilícia, dos paulos guedes, dos campos netos, do Novo, que reforçam, todos eles, a mais profunda desgraça humana. da miséria e da fome por sua culpa, preguiçosos.
O que dizer da fundações by CIA? Com seus valores bons do mundo (ultra) Liberal, que quer a igualdade de gênero, raça e diversidade, tudo isso nesse sistema tão justo, apenas com imperfeições secundárias que eles vão corrigir, claro, com absoluta isenção, sem nenhuma interferência para que recebe os financiamento generosos desses benfeitores.
Ah, como são bonzinhos esses tios (sam) Soro, Rockfeller, Gates, Omidyar, Fleischmann, Lemann e quantos outros, né?
Obviamente, que tudo em nome da LIBERDADE. Do Livre Mercado, da Liberdade de Expressão (inclusive para difamar, ser racista, misógino, fdp, etc).
Mantenho minha esperança tola, como D. Quixote, de que o mal não dura para sempre, lendo esse trecho lembro do meu velho avô, de poucas letras, mas que dizia a mesma coisa, de forma mais simples, não há um mal que não traga um bem.
Por fim, não menos importante, a liberdade me traz algo que me diz, por isso que prefiro o SPC: