Dias dos Mortos – Aos nossos que partiram!

A árvore da vida que encontrei ao lado de casa em Brasília.

Nesses últimos 8 anos a morte se aproximou de nossa família, no sentindo mais próximo, de tão próximo,  morremos juntos, uma parte de nós, como sendo a morte o destino final da vida, nada e ninguém, dela escapará, por mais que nos assuste e tanta dor nos cause.

Meu querido pai, Pedro Rocha, partiu aos 74 anos, teve um fim digno, sem dor, sem sofrimento, horas antes, estava consciente e fazendo suas tiradas, suas piadas, o que nos conforta (ou não), que a morte lhe abraçou de forma nobre e suave, nenhuma dívida ou mágoa sobre isso. O seu adeus nos causa saudades, por óbvio, mas não dor.

Sobre meu cunhado, José Francisco, marido e companheiro de minha amada irmã, Hermínia, ele passou por muitas dores e sofrimento, mas tinha uma dimensão da vida e da morte que nos escapa, sua concepção e filosofia de crença, aliviava aos que o rodeava, não havia reclamações, mas aceitação e dignidade.

No entanto, as perdas de Letícia, minha filha, Rodrigo, sobrinho filho da Marta, irmã da Mara e de Junior, meu sobrinho, filho da Hermínia, são mortes que não compreendemos os mistérios da vida, isso nos abala, nos fez menores. Letícia se foi aos 21, em 2018, depois de longa luta contra a Leucemia, mas ceifado por erros tremendos do hospital e da falta de respeito humano com e conosco. Rodrigo, vítima de um acidente de carro, uma semana antes de completar 18 anos, em 2011. Por fim Juninho, faltando um mês para 25 anos, num acidente estúpido de moto, algo inexplicável.

Sofremos, Mara, Marta, Expedito Filho, Hermínia, mamãe, meus irmãos e eu, todos os mais próximos, irmãos e primos, porque não nascemos para enterrar/cremar nossos filhos, mas para que eles levem-nos ao nosso fim, inverter essa lógica, pior, ficarmos é carregar dor e culpa até nossos crepúsculos, como se fosse um castigo, uma punição, nada pode nos consolar, vivemos pela metade.

Celebramos os que se foram, os mais próximos, vivemos nossos lutos, nossas saudades e sentimos o quanto cada um deles foi e é presente em nossas vidas, e nossas incertezas sobre nós e sobre eles.

Ao fim e ao cabo, apenas os mais íntimos carregarão as cinzas, as memórias dos partiram.

 Save as PDF

Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

Deixe uma resposta