Ela estava lá quietinha, ouvindo atenta, noutras vezes, fazia cara de paisagem com os absurdos que diziam os candidatos e as candidatas, o nível era baixíssimo e cuidava de baixar mais ainda, desde a garota que veio dos extremos da vulnerabilidade para o ultraliberalismo, assim, sem nenhum estágio intermediário.
No entanto ela continuava lá, impassível.
O “prefeito” recandidato que continua sem saber porque herdou a prefeitura e nunca entendeu o seu papel, tenta mais 4 anos para descobrir, apela para o parceiro governador, que promete um dia conhecer a 23 de maio, quem sabe a 25, juntos com o inelegível, já tinham curtido o 7 de setembro da “anistia” ao golpistas.
Ela nem vermelha de vergonha ficou.
Então, não mais que de repente, daqueles momentos típicos de um domingo modorrento, de quem perdeu na rodada, ouviu a música do Fantástico e quis morrer de vez. Nesse exato instante, o maior dos boçais, o laMarçal, verte suas fezes pela boca, atacando um candidato do “queremos ibagens, produção”, provoca ferinamente.
Coitada, ela que suportava tudo aquilo calada, sem se pronunciar, nem mesmo o direito de ir ao banheiro, foi tomada de assalto, sem nem perceber direito, é objeto da fúria de um machão contra outro machinho canalha, covarde. Infelizmente quem realmente sentiu a agressão foi ela, a Cadeira.
Foi rápido, ela se espatifou no chão, ninguém a socorreu, ainda teve que ouvir o “francês” dos candidatos, o horror do público, o pavor dos e das demais candidatas, mas nenhum foi-lhe solidário (a), caída, machucada ali, naquele chão frio, humilhada por eles. Apenas um rapaz da produção lhe levou ao hospital, sabe que foi heroína por uns instantes.
O boletim médico diz que ela passa bem, só não sabe o estado psicológico dela, e da população.