O conflito na Faixa de Gaza é cenário de guerra, de um Estado em face de um “não estado”
O mundo amanheceu dia 07 de outubro assistindo surpreso a um dos maiores ataques de terrorismo da história recente. Uma ação rápida e de alto impacto, o Hamas partiu da Faixa de Gaza, por vacilo, negligência, da famosa defesa de Israel e fez 1300 vítimas, quase todas civis, além de sequestrar (números variando) entre 150 e 230 pessoas.
A solidariedade a Israel e a condenação aos ataques do Hamas foi imediata, com perplexidade se buscava explicações para o ataque, como também, como Israel não detectou a ação tão ampla. Do primeiro momento, de apoio e solidariedade, vem a preocupação com o contra-ataque e reação às perdas, à busca desesperada de resgate dos reféns.
Tudo isso acompanhado do temor de que o governo de ultradireita usasse a reação para ir muito mais além, transformando numa política de extermínio e limpeza étnica da Faixa de Gaza.
O controverso ataque ao hospital cristão, com cerca de 500 vítimas, talvez seja a maior comoção, após ao dia 07.10. As várias narrativas de Israel, corroboradas com ajuda da mídia dos EUA, longe de explicar, traz mais dúvidas, do meu ponto de vista, houve um erro de alvo, não uma intenção no disparo, no entanto, dificilmente será esclarecido sem que um lado não faça objeção.
O cenário atual é da perspectiva de uma invasão por terra, por parte de Israel, com todos os riscos associados. Antes, porém, as poderosas forças de Israel já atacaram de forma incessante a Faixa de Gaza produzindo, até hoje, 5.000 corpos, dentre esses, entre 1.500 a 2.000 crianças.
A proposta brasileira de “pausa humanitária”, apresentada no conselho de segurança da ONU, foi vetada pelos EUA, o maior aliado de Israel, uma demonstração de que a reação será irracional, podendo significar uma espécie de “solução final”, em que o Hamas seria apenas um detalhe, mas objetivo seria o fim da Faixa de Gaza, ao fim e ao cabo ficaria sem liderança e sem destino para 2 milhões de seres humanos, sem água, luz, comida e medicamentos, sem ter como fugir pelo sul.
O “placar” hoje, 23.10, é de 4 por 1, a quantidade de mortes de palestinos, qual o limite? 7 x 1, o indecente placar, não futebolístico? Isso tudo sem resgatar um único refém, o que demonstra, até agora, uma incompetência e apenas selvageria de guerra de radicais que depõem contra Israel, fazendo mudar a percepção do mundo sobre vítimas e conflitos.
Uma narrativa selvagem, de guerra contra um “não estado“, não trará respeito ou apoio à causa de Israel, ao contrário, basta ver as manifestações no mundo e ,infelizmente, o renascimento do antissemitismo burro.
Permanecemos solidários ao povo de Israel (judeus, árabes, cristãos) pelo que sofreram em 07.10, pelos reféns, pelas dores e os ataques aos judeus no mundo. Ao mesmo tempo exigimos paz em Gaza, imediatamente por fim à invasão e ataques, negociação pelo reféns e vida, isolamento do Hamas depende muito mais de Israel do que deles mesmos.
Minha solidariedade às vítimas civis da Faixa de Gaza, as crianças, mulheres, sem lar, sem comida e direito à vida, a retomada dos dois estados, Israel e Palestina, uma paz duradora e fim de um conflito que só gera mortes e dor.
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