Querida Lua Rocha e Leticia Rocha (em memória),
É o quinto dia dos pais em que estamos incompletos, esse mais ainda, pois estou longe de si, minha amada Lua, a saudade açoita meu coração, mas ele está sempre contigo, enquanto bater, pois em parte parou desde partida da Leleka.
Pois bem, qual a minha função em vossas vidas?
É uma duvida que me persegue desde o 20.09.97 e do 11.10.01, algumas vezes tenho respostas, outras apenas apreensão. A questão permanecerá, pois será que tive/tenho cumprido papel positivo em suas vidas? Quanto à Letícia, o destino funesto me imporá a incerteza.
O que concebo, pode ser arrogância, é que em nenhum dia desisti de ser pai, de vocês e de me esforçar para ser melhor e contribuir para vossas felicidades.
É claro que nem sempre consegui, minha natureza selvagem, vaidades e defeitos, minhas rabugices, meu mau humor, impaciência e distância, criou dificuldades e lacunas, que não foram preenchidas, escrevo sem reservas e com a devida autocrítica, sem me punir e nem me perdoar, afinal, perda foi minha, maa vocês me fizeram/fazem procurar me consertar.
Ao fim e ao cabo, o meu amor a vocês sempre foi incondicional, sem que lhes obrigassem a nada, assim sempre será, que ele, o amor, cure nossas angústia e dores, não em dias especiais, mas por todos os dias de nossas existências, um hiato ocasional de tempo/espaço nessa terra.
Que a vida, ainda que breve, seja plena de amor e felicidades, minha Luana, a leleka será nosso incompleto viver, mas que amor infinito, enquanto durou.
Com amor e lágrimas,
Arnobio Rocha