1930: Rebeldia ou Morte!

A Revolução como Norte, a rebeldia para sobreviver ao caos.

Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, eu não vou me adaptar
(Não vou me adaptar – Arnaldo Antunes – Titãs)

Remexendo em textos ideias encontro alento e desalento sobre momentos passados e presente, das dores e sabores de uma vida comum, cheia de promessas, como tantas outras, nem um feito extraordinário, mas também sem ser uma existência medíocre, opaca, como a maioria de todos que por aqui passam.

A nota metal, desde cedo, era: Não vou me adaptar.

Mas reafirmo, o que escrevi antes, que:

Diante de todos os males que nos atingiram ultimamente, aqui não estou a me referir aos meus próprios fantasmas, ou aqueles sentimentos que doem na alma, das perdas irreversíveis e irreparáveis, mas das condições vida humana em geral, declaro, sem embargo, que nesses últimos anos o ato de viver com dignidade e esperança, é um Ato de Rebeldia.

Ao mesmo tempo, admiro a capacidade daqueles que não aceitam se curvar a nada, e mantêm a cabeça erguida, a espinha ereta, sem se deixar vencer pelo pessimismo, desespero ou cair no cinismo, típico desses momentos de rupturas sociais, políticas e pessoais.

A resistência interna, a força mental, sem dúvida, é o que nos guia sem baixar a guarda, sempre carregado com mais energia e sensibilidade.

Sabemos que nada está fácil, nada mesmo, precisamos de muita coragem para seguir em frente, acordar e se levantar com força e destemor, ao que pese o medo de perder emprego ou da falta de oportunidade para aqueles que já não tem emprego. Somos provocados dia a dia, no trabalho, nas ruas e na sociedade, as constantes provocações recebidas pelo que pensamos e defendemos com honradez e verdade.

Há uma constatação: Um dia nunca seremos aquilo que não estávamos destinados a sermos. Diante dessa terrível constatação, que só vem com o tempo, idade e alguma maturidade, que supera a nossa tola arrogância e os arroubos juvenis. Então mudamos as expectativas para viver uma realidade mais cinza, concreta e fatalmente pragmática.

Em outra mão: Não nos deixamos vencer, a cada instante podemos descobrir um fio de esperança de realizar algo novo e não mais esperado. Contraditoriamente ao que dissemos acima, a vida é sonho, mesmo no mar de desventuras (pessoal, intelectual, político) é necessário encontrar alguma possibilidade de sonhar, pois sem isso para que viver?

A síntese desses extremos que exercemos mentalmente, a racionalidade é usada para achar o meio-termo, um equilíbrio entre sonhos irrealizados e uma realidade cruel. Muitas vezes vamos fazer um e outro caminho, o nosso humor e emoção é que determinam o que será mais apropriado para nossa existência e principalmente o conjunto de responsabilidades que vamos agregando às nossas vidas.

Às vezes a natureza simples e banal da vida nos leva aos atos extremados, uma insubordinação contra esta ordem natural, tão humana e comum que a vida é, ou deve ser. Nessa quadrada, indo para o terço final da vida, é bom dize:

Não vou me adaptar, a minha natureza é indomável, a Rebeldia continua, ou não é Vida.

 

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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