“Tenho sangrado demais
Tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro”
(Sujeito de Sorte – Belchior)
Quanto tempo mais teremos que aguentar o tormento da Pandemia da COVID-19? O medo de sermos contaminados? De seus efeitos em nós?
Essas perguntas eram feitas no dia a dia, semana a semana, mês a mês, durante o ano de 2020, entretanto arrisca virar uma questão de ano a ano, será? A Primeira onda, a segunda onda, vacinas, teste e fases, depois a variante, cepa nova, as indagações os medos e, principalmente, as vida ceifadas em números crescente no mundo e em particular no Brasil.
O país que está sem governo (presidente e nem ministro da saúde), vivendo uma realidade paralela de extrema loucura, zumbis nas ruas exigindo a LIBERDADE de MORRER e de MATAR, contra uso de máscaras e vacinas, nenhuma racionalidade, zero apreço às humanidade, uma cegueira que pôs o Brasil no abismo, caminhando firmemente para o primeiro lugar nas mortes, nos infectados e sem plano de vacinação e imunização.
Ora, se, e apenas se, a Vacinação virasse um modelo de negócios lucrativo para a família Bolsonaro e seus sócios (por onda anda Queiroz?), com a certeza de que Guedes alavancaria a lucratividade privada, a Vacinação avançaria, claro que com requintes de crueldade, pois, os mais pobres, pretos e periféricos seriam devidamente excluídos ou seletivamente escolhidos, os que sobreviveriam, sendo mantida a tradição escravagista dos colonizadores e seus descendentes.
Voltando as questões iniciais, de certa forma, me lembra quando em 2009, depois da explosão dos bancos dos EUA, a falência generalizada, os líderes da UE, já sob efeitos da Crise 2.0, reuniam-se quase que permanentemente em Bruxelas ou Merkel ia pessoalmente, ou seus técnicos da Economia, aos países mais atingidos para dizer o que deveriam fazer para salvar alguma coisa.
Numa dessas rodadas de reuniões, um jornalista perguntou para Merkel, a verdadeira comandante em chefe da Europa, se a Crise passaria em 1 ano, até no máximo 2010, como previam os “economistas”. Merkel respondeu diretamente: “Não, não será um ano, se sairmos da crise em 10 anos, será uma vitória”. Algo assim, o que demonstrava a gravidade geral.
Passados 12 anos, desde a eclosão da Crise, alguns países continuam mergulhados na lama, a exemplo da Itália, Espanha e Grécia. A Pandemia “ajudou” em novos ajustes e realização de lucros em todo o sistema, a queima de kapitais, fundamento para um novo ciclo, foi executado, sem reações políticas e resistências, “todos pela vida”, uma corrente para frente, o Kapital faturando.
A Pandemia será longa, por mais que seja doloroso dizer, há um ano, quando Dória propôs fechar o comércio por 15 dias, imaginei que seria por uns três meses, tola ilusão. Essa convivência, repito, sem governo, com esse nível de radicalização da extrema-direita, isso pode se transformar num pesadelo de uma década.
Quanto vamos suportar a perda de milhares, milhões de vida sacrificadas por COVID-19, ou por fome e miséria, enquanto Bolsonaro/Guedes saqueiam o Brasil? A Pandemia virou um enorme biombo para as ações vis de dois incompetentes, ineptos para o país e seu povo, mas supercompetentes para os ricos e poderosos, todos os seus desmandos são escondidos pela TRAGÉDIA.
Até quando?