1784: PT, 41 anos da Estrela e seus Desafios.

PT e seus 41 anos de vida, uma força política fundamental para o Brasil.

O Partido dos Trabalhadores (PT) completa hoje o seu quadragésimo primeiro ano de fundação, uma marca histórica, um marco na política brasileira. A longevidade e os feitos são enormes, o partido que nasceu no seio da classe trabalhadora, que incorporou setores importantes das classes médias urbanas, sindicalistas, sem terras e setores da esquerda cristã.

O Partido surgiu num momento crítico da ditadura que balançava, mas não caía, que tentava uma transição sem povo e sem eleições, sem participação popular. Os militares e seus aliados civis determinariam como seria a passagem do controle militar ao civis, sem que nada e ninguém fosse responsabilizados pelas mazelas do regime, inclusive a forma de eleição indireta para presidente, em 1985, que o PT sabiamente se negou a votar.

O PT cresceu nas lutas políticas, sindicais e democráticas, se afirmando como força viva fundamental para redemocratização, como polo que atraiu os principais movimentos sociais e políticos, com lideranças reconhecidas nacionalmente, que poderia ser alternativa aos políticos tradicionais.

As lutas políticas tanto à esquerda como à direita foram enfrentadas pelo PT ao longo destes 41 anos. Aliás, essas lutas são essenciais na vida de um partido, elas impõem o embate quase que diário, nem sempre amistoso, muitas vezes sectário, mas é o que revigorar o partido e suas experiência.

O PT se construiu na dinâmica política e no enfrentamento e são neles em que se cresce ou, por vezes, não se estabelece. O debate fraterno e franco nem sempre é possível, especialmente quando há a exigência de que o PT deve se submeter à lógica das demais correntes, na esquerda em especial, muitas vezes revela a incapacidade política delas de o suplantar, então, melhor tentar aprisionar o PT aos seus limites.

No embate com a Direita é ideológico e direto, sem qualquer sutileza, como a escolha de Bolsonaro, o que parece mais franco e mostra a real preocupação do Kapital. O Alckmin, Serra, Ciro, todos usavam do mesmo discurso de opor-se ao PT, como forma de se sustentar politicamente, o que demonstra que ser alternativa ao PT é uma saída política, qual o problema do PT se reafirmar, de ser o que é?

O PT e sua política venceram quatro eleições gerais, foi ao segundo turno, em outras duas eleições, mesmo num momento terrível, com Lula preso, teve 45% dos votos. Antes tinha enfrentado um segundo em 1989 e chegou em segundo lugar em 1994 e em 1998.

O PT foi governo por 13 anos com grandes acertos, tirando milhões da miséria, ampliando espaços públicos para os excluídos, com economia crescendo e com baixo desemprego, políticas de renda e trabalho, reconhecimento internacional e de um Brasil que pensava grande.

Claro que houve erros, a incapacidade de comunicação efetiva com a população sobre o significado dos seus governos, a enorme submissão à institucionalidade carcomida, excesso de republicanismo e ilusões em instituições nada democráticas e/ou republicanas , acordos com velhas forças políticas por uma governabilidade sem povo, estas forças, no primeiro momento trabalharam pelo golpe e derrubada do PT.

O País piorou enormemente com o fim dos governos petistas, e vive a pior crise desde a redemocratização, falido e com as instituições fragilizadas. Desde o Golpe de 2016 e os dois anos de Bolsonaro acentuaram a situação de miséria com desmonte das políticas públicas dos anos petistas, o Brasil está caindo no abismo e é preciso força para retomar à vida.

Nos embates atuais, a preparação para 2022 torna a presença do PT, unido e forte, fundamental para derrotar não apenas a crueza de Bolsonaro, mas também os projetos autoritários e ultraliberais escondidos em formulações “democráticas” como de Dória, Huck e Moro, por sinal,  todos eleitores e defensores de Bolsonaro em 2018, unidos pelo antipetismo atávico.

A reconstrução da Direção Política passa fundamentalmente pelo PT, o que tem de força histórica e simbolismo, não pode simplesmente ser subestimado. A Hegemonia que exerce não é fruto do acaso, mas de um longo trabalho, de um reconhecimento social, político, portanto não é dizer, abram mão de tudo e deixe para outros, para que esses, sem esforços, supere o PT, como se fosse mero exercício teórico.

Viva o PT!

 Save as PDF

Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

Deixe uma resposta