“Amanhã, mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar”
(Amanhã – Guilherme Arantes)
O Brasil sangrou demais nesses últimos anos, suas instituições estão sendo destruídas, por dentro e por fora delas. A completa irracionalidade deu a tônica desses anos selvagens.
O mais chocante foram as ações praticadas pelos servidores públicos de alto escalão que atuaram contra a Constituição e as leis, num aparente esforço de combate à corrupção, violaram leis e passaram a se sentir acima das leis, em contradição ao que pregavam de que “ninguém está acima das leis”, apenas eles?
E não adianta lavar as mãos a cada instante, assim como fazia Lady Macbeth, pois elas continuarão manchadas de sangue. Assim estão as mãos dos lavajateiros, aqueles piadista das mensagens do Telegran, sempre jocosas, desrespeitosas sobre as pessoas que investigavam, pois não bastava humilhar em público, havia o escárnio privado, os apelidos, comportamentos nefastos.
Procuradores (as) da República, juízes, homens e mulheres, os mais graduados servidores públicos, em tese, os mais preparados, que ingressaram em carreiras disputadas por concursos extremamente concorridos que não demostravam nenhuma dignidade humana, agiram como calhordas, agora queriam ocultar seus desatinos.
A questão não pode resvalar no moralismo, ao contrário, cada um ali sabia, ou deveria saber, sobre suas responsabilidades legais, as instituições que representam, o comportamento não está nas conversas que causam nojo, mas as violações que cometiam diuturnamente, que fazem questão de relatar como se fosse a coisa mais normal da vida.
A prepotência, a certeza de que estavam blindados pela mídia, como poder maior do que a própria Constituição, leva ao raciocínio de que não teriam freios ou que não prestariam contas a ninguém, afinal eles condenariam, prenderiam Lula, o troféu, e lhe impediria se candidatar a presidência mais uma vez.
Ora, se cumpriam tudo que prometiam, não importa se feito ao arrepio da lei, o conluio com o juiz e desembargadores, acertos com ministros do STF, isso lhes deu um poder superior, quase ilimitado.
A decisão do 2ª turma do STF de dar acesso à defesa do ex-presidente Lula às mensagens da Lava jato representa a maior derrota do malfadado conluio de Curitiba. Um acachapante 4 x 1, ganha significado especial, na tentativa de recomposição do Direito no Brasil.
Grande Dia!