“De todos faz covardes a consciência” (Hamlet – W Shakespeare)
O que é a verdade factual?
Talvez seja o maior problema que a humanidade enfrenta nessa época da comunicação em massa, em que todos e qualquer um “produz” uma notícia ou uma versão dela. A completa insegurança e incerteza para confundir os incautos ou para valorar qualquer fato ou até algo científico, atribuindo um caráter ideológico.
De certa forma me lembra da tragicômica história de que a ditadura Argentina queria proibir trigonometria por algum desvio ideológico, só podia ser coisa do “comunismo” essa lógica matemática.
Podemos rir, mas há uma gama de imbecis que negam a inquisição, a escravidão, entre outras coisas. Precisamos provar o óbvio.
Depois das famigeradas jornadas de junho de 2013, houve uma leva de livros “lacradores” como o “Rede e ruas”, apresentando um modelo de “nova Revolução” inspirada na revolta da Praça Tahir (Egito), em que a comunicação via rede era o mote desse revolucionário digital, em oposição ao operário.
Outros modelos de “partidos” era os de não-partidos como M15, Rede, 5 Estrela, por azar do destino, na semana que se lançou o tal livro, aconteceu a queda dos “revolucionários” do Egito e a volta ao poder dos mesmo de sempre, nem deu tempo de se “corrigir” o prefácio lacrador.
O triunfal e arrogante “Adeus, Marx”, em nome do mundo virtual, foi literalmente atropelado pelo Mundo Real e os cadáveres egípcios.
A tentativa de substituir o mundo real pela abstração idealista (sentido filosófico) já tinha ido mal com gente mais qualificada como Hegel, Kant ou Feuerbach, imagine agora com este neoidealismo canhestro? Dava nos nervos esta estupidez do tal “Capitalismo Cognitivo”.
Relembrar essas questões hoje, em 2020, é importante como reflexão sobre anos terríveis principalmente depois de todos os fenômenos de fake news, a queda da Democracia no Brasil, a eleição de Bolsonaro, houve um recuo de parte da esquerda de verdade, que embarcou nesse delírio político, inclusive apoiando a Lava Jato.
A discussão permanece aberta, ela é fundamental para reconstrução da Esquerda, um projeto de poder e de enfrentamento ao cenário do Ultraliberalismo no Brasil e no mundo.
Ao debate, ou não!