“E após com ótimas armas Crono de curvo pensar,
filho o mais terrível: detestou o florescente pai”
(Teogonia – Hesíodo)
Vivemos ondas de senoides sincronizadas que se somam e trazem resultados que colocam a humanidade em xeque. As várias frequências que entraram numa mesma sintonia, quase interferência, a vibrar num mesmo canal, uma mesma mensagem de destruição em massa e baixa perspectiva.
Nesse momento ruim em que fenômenos físicos e elétricos (eletromagnéticos) convergem para uma onda comum de ruptura, uma soma como a que aconteceu em Fukushima, que uniu furacão e tsunami, uma combinação de pandemia e crise econômica (de valores produtivos/modelos) que vai matando dia a dia as esperanças de um novo amanhecer.
São nesses instantes terríveis que se precisa ter uma outra polaridade, entrar e emitir uma sintonia diferente, sair da mesma vibração, e começar uma nova onda, que seja assíncrona, em oposição àquela que domina o mundo, desde pelo menos fevereiro de 2020.
Aqui, de nosso ponto de vista, só há uma resposta possível ao Caos: A Luz!
Aquela de Adão e Eva, Prometeu e Pandora, Buda, Homero, Dante, Shakespeare, Goethe, Marx, Freud, Mozart, Camille Claudel, Curie, Harendt, Pelé, Michael Jackson, Madona. Todos e todas, carregam o Luminoso saber/conhecer, que liberta.
De onde ela virá?
De cada um de nós, encontraremos as saídas da filosofia, das artes, das ciências exatas e inexatas. Daquilo que a humanidade produziu em 6 mil anos de história, das suas várias rupturas e renascimentos. Das imensas tragédias, ao mesmo tempo da recriação constante.
A dor que assola o mundo parece levar a mais isolamento, as incertezas do que virá no dia seguinte, acaba tendo um peso enorme nas expectativas individuais e coletivas.
Muitos de nós procura o fio de Ariadne, ou o caminho de retorno à Ítaca, pois ambos conduzem ao ventre da mãe, a mãe terra, primeva, alimento natural de vida, do solo de onde se nasce e morre, a tribo de que se saiu e se quer voltar, do pó ao pó, como se a proteção maior da sobrevivência estivesse, na caverna, no escuro.
Um novo rito iniciático se impõe, as mensagens dos antigos mistérios estão no ar, faltarão intérpretes? Quem sabe um Tirésias, um Calcas, ou quem sabe não salte do Google, Youtube, alguém e diga o significado das oblíquas palavras.
Por fim, lembrar que os gregos, sem nenhuma tecnologia, definiram ser Chronos, a metáfora do tempo, como sendo de “curvo pensar”. Hoje, cheios de modernidades e tecnologias, sabedores da forma curva de tempo, passou-se pensar de forma retilínea. Por quê?
Só nos resta pensar o Diferente, pois o Igual, é fácil.