“Na loucura há um método” (Hamlet – Shakespeare)
É preciso primeiro dizer que Bolsonaro fez um discurso absolutamente correto e coerente para o que ele quer fazer, manter os 35% de apoio, que está em queda. Como segurar o estouro da manada e seu mandato que está tendo questionamentos mais amplos?
Bolsonaro fez uma fala radical para segurar os núcleo duro de quem lhe dará apoio, sabe exatamente o que seus devotos querem ouvir, formado por um lumpenzinato, dos de baixos (camadas pobre) aos de cima (empresários e classe média). São extremistas, sem compromisso com democracia e política. O pronunciamento não tem nada de louco, é um cálculo político cruel.
As premissas que foram usadas são:
1. Ódio aos políticos (ataque aos governadores e prefeitos)
2. Ódio à mídia (a Globo em especial)
3. Há incertezas quanto ao vírus, própria das crendices, acreditaram em mamadeira de piroca, kit gay, etc;
4. Há risco de quebradeira geral, então ele propõe que voltem a circular, ao trabalho, escolas, pelo menos não paralisaria, raciocínio é do senso comum;
Esqueçamos a Pandemia, não se trata dela, observemos mais de perto, pois, a maioria de nós, está lendo sob a ótica humanista e racional, então fica-se estarrecido, fora de si com tamanho disparate, mas não é fala para nós, é para os que pensam como ele, um grupo social externamente conservador, pervertido moralmente, que acredita em terraplana e outras bizarrices, tudo isso em nome de Deus, a família e a Propriedade Privada.
Alías, é um fenômeno mundial, parecem “milenaristas”, seitas de fim do mundo, que assimilam discursos rasos e que conseguem identificar inimigos, e eles passam a acreditar, estes é que impedem que o mundo seja melhor, para eles, ditaduras, ou projetos de ditadores, como Bolsonaro, é uma reação natural e esperada contra tudo que está aí.
A grande possibilidade é de uma ruptura social profunda, um cenário de confronto, ideal para um projeto autoritário. Bolsonaro é o “Mal Naturalizado”, para nós, mas não para esses 35% da população. É cálculo de risco, mas é o que sobrou para esse aventureiro e sua família cheia de relações perigosas com milicianos.
A guerra é de comunicação, não contra o coronavírus, ledo engano pensar o contrário.