1613: É Hipócrita a Reação da Mídia contra Bolsonaro?

Um Presidente que despreza a imprensa e essa finge não ver, pelos seus negócios?

Nenhum Presidente normal poderia ter uma atitude tão abjeta quanto essa que Bolsonaro teve em relação a jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, ao insinuar que ela se prostituía para conseguir um furo de reportagem, fazendo coro Hans River, ex-funcionário da empresa que fazia “disparos” de Fakenews da campanha de Bolsornaro, denunciado pela jornalista.

Alguns jornalistas parecem escandalizados, inclusive aqueles e aquelas que colaboraram com a essa máquina de mentiras, pelo simples ódio patronal ao PT e que eles bovinamente obedeciam, com tanto louvor, mais realistas que o rei. A maioria deles põem sinal de igualdade, ainda hoje, entre Bolsonaro e o PT, não acham que fizeram nada de errado nestes últimos 18 anos, muito menos em 2018.

Bolsonaro é um personagem terrível, sua trajetória medíocre em 30 anos de parlamento, suas polêmicas escatológicas, suas declarações de amor à ditadura e aos ditadores, aos torturadores mais cruéis, um gosto horrível compartilhado por seus filhos. Havia em 2018, esse candidato com perfil de inimigo da democracia, da imprensa, por que foi ignorado pela redações? Por que foi poupado no momento que crescia e com possibilidade de vencer?

O Presidente eleito age exatamente como antes, aliás, ele nem liga para qualquer liturgia do cargo, não tem nenhum respeito pela República, pelas instituições, por que agiria diferente com a mídia? Por acaso os donos da grande mídia achavam que íam dominar o monstro neofascista e sua família? Que descobriria um jeito de por um guizo nele?

Dois amigos diletos do patronato, Moro e Guedes, passam a ser a “esperança” de um diálogo ou de ser justificativa para apoiar esse governo cruel, que demonstra o Estado, que retira direitos elementares, que atenta contra os direito humanos e as liberdades. Mesmo assim há dezenas e dezenas de editoriais “passando o pano”, apoiando os projetos e os ataques à Constituição.

As desastradas declarações de Guedes, de Moro e mesmo as de Bolsonaro, mal ganham manchetes de um dia. Outro dia deu banana para jornalistas, repetiu o gesto, agora o episódio da Patricia Campos, entretanto os jornais e TVs continuam sustentando o clima de “normalidade” ou de que as instituições estão funcionando normalmente.

Como acreditar em qualquer arroubo de um destes grandes jornais, será que essa ruptura é por não terem conseguido domar a fera? Ou apenas porque perderam publicidades, contratos e serviços do governo? Há alguma verdade na revolta contra essa escalada neofascista? A grande mídia continuará apoiando Guedes e Moro,  ao mesmo tendo fazendo vista grossa para Damares, Weintraub, Araújo?

Essas questões são fundamentais, pois senão é apenas mais uma reação hipócrita ao pior governo eleito da história do Brasil.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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