1523: A Verdade e a Filosofia!

A Verdade, em essência, permanece, independentemente do meio que se propague,

“Sou livre; trago em mim a impávida verdade” (Édipo Rei – Sófocles)

A vida vai nos apresentando determinadas situações, algumas de limites, rupturas, outras de uma certa provação individual, quanto aos seus valores. Bem, nem preciso dizer que as questões aqui levantadas fazem parte desse longo processo de mutações radicais que vivo, não tão distante, acredito, do que a maioria está vivendo, típicas de uma época estranha e rica, mas que causa tanta dor, medo e desesperança.

Nesses embates recentes, a questão da verdade voltou ao centro das preocupações humanas, em toda a sua extensão de verdade: a dita, pronunciada, escrita, elaborada, e, ainda que possa ser confrontada com a prática, continua a ser posta em dúvida, como virou comum dizer que a maioria das pessoas, passam a duvidar de afirmações elementares e ao mesmo tempo a crer em coisas absolutamente bizarras.

O sucesso das chamadas fakenews está diretamente ligado ao relativismo da verdade, parece que a fórmula da gravidade, pode ser confundida com a da gravidez, e mesmo a conquista das viagens aéreas, dos satélites e suas fotos na órbita terrestre, um grupo de imbecis, afirma e quer provar  que a terra é: plana, com uma convicção religiosa de assustar.

As derivações desses pensamentos, pré-históricos e pré-científicos, nem numa época remota se justificaria, quanto mais com os avanços extraordinárias da ciência, da tecnologia. Entretanto, contraditoriamente, as questões elementares passam a ser vistas com desconfianças, um temor de que a existência humana necessita de um grau de esoterismo que beira à estupidez.

Há uma outra corrente, com a pretensa modernidade, que tenta justificar/explicar o mundo como se a Verdade tivesse se dissolvido, passando a ser “líquida”, dar um aspecto cult, ao vulgarismo burro, especialmente nos iniciados da internet, de ativismo digital e seus gurus, que, de certa forma, retomam a estética dos anos de 1960, com aqueles profetas vindos do oriente, Índia, incorporados aos hippies e flores.

Ora, como se não precisássemos combater, a vulgaridade piegas dos terraplanistas, temos que perder tempo com os “líquidos”, por sinal, animados defensores da destruição de partidos, organizações, por achar que tudo se dissolve.

Nesse sentido, identifico que, os dois lados, como tendo a mesma concepção de Verdade, sem compromisso com a ciência, com a história, com absolutamente nada, partem de uma fé em mundo não material, concreto e real. Idênticos no mesmo propósito, tornar o mundo tacanho, ilógico e estúpido.

Outra coincidência, advogam pela liberdade individual em oposição ao coletivo, pois a ideia associada, destrói o pensamento torpe. Assim, o ultraliberalismo, une, na mesma esquina, o Tea Party à Esquerda de Verdade, agem como se a Verdade não exista, ou que se relativize, transformando em Nada, ora, sendo portanto, Nada, não precisa ser transformar.

É nesse meio que, mais uma vez, se afirma que a Verdade continua tendo seu critério a prática, em constante transformação, mas sem perder a sua essência, ainda que mude de estágios físicos/químicos, entretanto, filosoficamente, se mantém.

Por fim, declaro, não estamos derretendo, longe disso, apenas não nos acostumamos ou aceitamos a velocidade das mudanças.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

1 thought on “1523: A Verdade e a Filosofia!

  1. Bom, li e trato como um dialogo, assim sendo, esses lugares de afirmação, de respostas encontradas e absurdas respostas que você descreve”dor,esperança…”no começo, li como resultado da saturação desde o icq,orkut,até agora com todas as outras redes disponiveis. O danado disso tudo é que a técnica que puseram atrás desse embrólio que satura atenções qualificadas geram hordas que movem estruturas em sentido uníssono, que tenho impressão com devido controle, proporcional aquela velha tranquilidade das manchetes do jornal nacional e das edições de vésperas de definições.
    Já a busca desse lugar tranquio e oracular, que nos desvende, esse tenho inclusive encontrado em parte as vezes em alguns de seus textos.
    Abraços e vou ouvir Gi!

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