“Tudo o que brilha, assim, em ruína acaba” (William Shakespeare)
Por característica, costumo fixa o olhar, então, fito os olhos dos amigos e amigas, vejo que os seus olhos estão cansados, ar de sofrimento, muitos com olhares perdidos, sem brilho, um reflexo do que vivemos nesse momento tão complexo, triste e que causa tanta dor e tanto desespero. A vida nos deu um baile, especialmente nas pessoas próximas.
Estranhamente não há nada que possa nos dar um alento, uma esperança de que em breve, tudo isso vai virar passado, os anos e o peso da idade, os projetos que não se realizaram plenamente, em contrapartida, uma mudança completa de ventos e humores, nos jogou quase no gueto. A dúvida é quando e como vai se virar a página, para um novo tempo.
A grande mudança que tanto desejamos, parece, aos mais velhos, de que não virá, que não teremos como viver uma outra conjuntura, que nos liberte de tantos retrocessos. Esse déficit civilizatório, faz nos questionar sobre as nossas responsabilidades, sobre o que deixamos de fazer, ou por que fizemos tão pouco, e permitimos que as forças reacionárias, anti-humanas, não só sobrevivesse, como tomasse o controle do destino do mundo.
Nesse, meio tempo, o que se pode fazer para sobreviver, é manter a mente, as ideias, e as poucas energias, em sintonia com o tempo, conectado com as iniciativas, ainda que pequenas, conversando, reconstruindo alianças, amizades, qualificando os debates, sem arrogância, ouvindo mais, principalmente os mais jovens, para transmitir o que acumulamos de conhecimento, ao mesmo tempo, sentimos a energia que eles nos darão, vital para vida.
Superar as tormentas da conjuntura, encontrar as melhores companhias, dividir as dúvidas, as incertezas, trabalhar para construir uma nova utopia, que possa nos trazer luz, romper com a escuridão, os sonhos têm que superar os pesadelos.
Viver é ter esperança!