Por muitas vezes leio, ou ouço, de que entendem o que é o tamanho do sacrifício que estamos fazendo pela Letícia. Fico quieto, para não parecer grosseria, mas não existe nenhum sacrifício no que fazemos, Mara, Luana e Eu, ao contrário, o que sentimos é um genuíno prazer em poder acompanhar essa saga heroica de nossa garota.
A luta é dela, somos coadjuvantes, o que podemos fazer, faremos, não por formalidade e laço familiar, é muito maior, a razão sem vacilo, é porque acreditamos o quanto ela é gigante, generosa e forte, em aceitar nosso apoio, incondicional.
O amor se molda de forma mais profunda não pela tragédia que sobreveio, pois ele, o nosso amor, não tem nada de piedade, pesar, mas se afirma na arte de lutar pelo que sabemos que vale cada dia e momento, ainda que tenha apareçam todas as adversidades, medos, riscos e incertezas, nos olhamos e nem falamos, é implícito: Estamos juntos e felizes.
Trazendo ao mundo real, o segundo dia é de expressar e marcar nossos sentimentos, mas também de agradecer a cada um que nos manda mensagens, em todos os lugares, redes sociais, contatos pessoais, que se solidarizam com ela, por extensão, conosco. Essa é a magia da vida, unir os mais improváveis dos mundos, num único momento, pois a vida é UNA, somos Um.
Seria impossível escrever todos os nomes de cada um/uma, são centenas, alguns de amigos/amigas tão próximos/próximas, avós, irmãos e irmãs, tios e tias; colegas de escolas, da universidade. Como também de outras e outros pessoas que se tornaram amados e amadas, porque tiveram a incrível sensibilidade de se comover com a Letícia, sem que jamais a tenham visto.
Especial agradecimento à Dra Maria Tereza de Assis (Teti) que no acompanhou por 8 anos e 5 meses, em todos os momentos, com dedicação, carinho e muito profissionalismo, foi tão espetacular que nos trouxe para os cuidados da equipe da Dra Adriana Seber, que recebeu a Letícia como se fosse uma amiga de longa data, o acolhimento que jamais podíamos imaginar encontrar, nessa situação limítrofe, em que prevalece o distanciamento.
De prático hoje, no dia 2, teve a adaptação ao Blinatumomabe, ontem foi tenso, na primeira aplicação teve uma rejeição, mas durante a noite e nesse dia, tudo entrou em fase. Hoje é dia de exames e exames: Mielograma para detalhar os parâmetros do futuro transplante, Líquor, punção lombar e colocar um Pic de acesso, paralelo ao cateter existente, para permitir duplo acesso, um para drogas comuns e outro para o Blinatumomabe, que corre 24 hora por dias, por 28 dias seguidos.
A vida tem esses encantos de proporcionar encontros tão incríveis, em situações tão complexas e que nos impulsionam a viver e acreditar na vida.