1453: Literatura contra a Ameaça do Fascismo

Guernica (Picasso), como símbolo da resistência ao horror do fascismo, que volta a nos ameaçar globalmente.
“Hey, I felt the coldness of my winter
I never thought it would ever go
I cursed the gloom that set upon us, ‘pon us, ‘pon us, ‘pon us”
(The Rain Song – Led Zeppelin)

 

Faz parte dessa quadrada em que vivemos, a impossibilidade de ter bom humor, menos ainda ser otimista, algumas vezes ouço que meu textos estão pessimistas, sim, é verdade, quem está vendo unicórnio ou tem algum complexo de Polyana, realmente não vão se identificar com o que estamos a passar, o país e o mundo inundado de fascismo e não tem realidade paralela que dê jeito.

Apenas a literatura continua a sorrir, isso talvez nos salve hoje, como salvou a humanidade tantas vezes antes. Todas as vezes em que nos metemos a nos destruir mutuamente, nas guerras inglórias, impostas pelas classes dominantes, que jamais sujam as mãos, mas bebem nosso sangue, apenas a literatura, as artes em geral, nos devolveram o que sobra de humanos.

A dúvida é se a literatura, nos absorverá agora, diante dos crimes bárbaros recorrentes diariamente, do desejo louco de voltar à idade média, do obscurantismo dos “homens de bem” que querem destruir os mais elementares direitos fundamentais, duramente conquistados. Querem apagar e rever os conceitos mais simples até de avanços médicos, como negar vacinas às crianças.

A loucura tem um método, nos ensinou o bardo inglês, como extrema maestria, não é obra do acaso, algo aleatório, não é um simples milico que lidera uma horda selvagem que nega a história, as torturas, as misérias do regime militar, tão recentes. São os mesmo que ameaçaram uma cientista de morte ao “defenderem” vida, que cria uma série de disparates na internet que de tão grotescos, pensamos se tratar de uma piada, mas é real.

Também não é mera coincidência que um pálido ex-governador do estado mais rico do país, com zero de carisma seguidamente eleito, com a mente infestada pela “obra de deus” seja tão obtuso, de tanto desprezo por todos, fala com dentes cerrados. Governos corruptos, sem que se investigue, que se saiba sobre suas podres entranhas, um completo mistério encoberto pela mídia amiga e um judiciário domesticado.

Ou uma camada ampla do judiciário que atua abertamente contra a democracia e a política, que submete a realidade às suas convicções, claramente contra a sociedade, mas dão a aparência legal, contando com a colaboração/parceria decisiva de mídia.

O “inverno se aproxima”, ou seria o infernum (cristão)? A experiência do GOLPE que levou o retrocesso, uma volta de 20 anos, apenas em dois com um nome pomposo: Ponte para o Futuro. Pode ter ironia maior que essa? Mas parece que isso é apenas um ensaio para algo maior e pior, que se gesta, não no Brasil, mas em escala mundial, sentimos, hoje, o que teve gênese na grande crise de 2005-2008.

Trump, Macron, Macri, Temer, quem sabe o bozo milico ou o geraldinho opus dei, o que nos espreita, já se materializou nas condenações sem provas de vários membros da esquerda, de dirigentes aos 23  garotos do Rio de Janeiro, é uma preparação para tragédia maior, que será a proibição do ato de fazer Política, de ser ter liberdade de pensar e opinar, não uma repressão aberta, mas a supressão de espaços públicos de debates livres.

O horror do Estado Gotham City é tão grande que, mesmo entre nós, pensamos que não há perigo de fascismo no mundo, tem gente que pensa até que nem GOLPE teve, que negam até a construção das narrativas trazidas pelos ventos (seria furacão), pela Direita, a caixa de pandora foi aberta no nosso meio, com nossa inteira conivência, Zeus, o Pai-Estado, nos deu o presente, hoje em forma de Primaveras. agora colhe seu terrível inverno.

A literatura contará, se houver um amanhã, essa terrível história, esse momento particular, sem julgar quem esteve certo ou errado, mas apenas o que foi.

https://www.youtube.com/watch?v=zDVnjCwCYCs

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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