“É dilatado e aspérrimo o caminho
Que à luz do Empíreo vai das trevas do Orco” (Paraíso Perdido, John Milton)
Tenho poucas palavras para descrever a devastação de minha alma, ao ler sobre o estupro coletivo da jovem, menor, no Rio de Janeiro. Ontem ainda cheguei a escrever um pequeno relato que resolvi reproduzir abaixo, com acréscimos, para que não se perca no meu do facebook como algo banal, para que se registre de forma permanente aqui no Blog.
Um estupro coletivo, TRINTA machos contra uma mulher, a repugnante cena, covarde, gravada e divulgada nas redes sociais, com os devidos comentários de que a garota era “culpada por se vestir sensualmente”, ou, “por sair de casa para ir para casa do namorado”. A inversão de valor e a condenação da VÍTIMA torna mais hediondo o crime.
Por um mero acaso, na mesma semana, um ator pornô que revelou “em tom de brincadeira, que estuprou uma mãe de santo”, foi recebido pelo Ministro da EDUCAÇÃO para pedir a proibição de “livros doutrinários e partidários nas escolas”, inclusive os livros que condenam o machismo. Como entender um momento tão sombrio? Não é uma indignação seletiva, é algo real e concreto que NECESSITA de uma reação forte e intransigente.
Sentimento de completa derrota, mas é momentâneo, daqui a pouco isso vira revolta e luta. Peço perdão às minhas duas filhas de não lhes ter proporcionado um país melhor. A cada dia terei que temer os deslocamento delas, inclusive a da mais velha que está na USP, universidade que se recusa a punir os estupradores de forma severa (Relembre: especial sobre abusos na Faculdade de Medicina da USP.)
Vamos começar a revolta quando?