Bem, o título da matéria não se trata de nenhuma crítica a o PT, como os boçais se acostumaram a fazer nas redes sociais, de que tudo que acontece de errado nas suas toscas vidas, era por culpa da Dilma (Estrela do PT), até por tropeçar na rua. Claro, não é sobre isto que vou escrever, bem longe mesmo, pois se trata de um filme sobre câncer e vida, a doença que ceifa a vida, que mata as esperanças, que a reduz a pó. Um amor entre adolescentes com câncer, parece piegas, produto comercial, aproveitando o filão de jovens e o apelo de doença.
Mas para mim não estava em julgamento à qualidade do filme, A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars), ou mesmo a estória (baseada num livro de John Green), ou dos atores, muito menos se o filme é um apelo comercial ou não, pelo enredo. Vi o filme como uma situação que vivi tão de perto por tanto tempo, recentemente, na minha casa, que trouxe ao blog em vários posts. Vamos comentar um pouco sobre o filme.
Uma jovem de uns 16 anos, Hazel Grace (a ótima Shailene Woodley) sobrevive desde os 13 anos ao drama de um câncer terminal com metástase no pulmão, graça a uma nova droga experimental. Todo o drama dos pais de lidar com uma situação limite, com quase nenhuma esperança de que haja futuro e que o fim pode ser a qualquer dia.
Por pedido dos médicos, Hazel, tem que frequentar um grupo de apoio ao câncer, no mesmo estilo de AA. A jovem resiste a ir, pois não se identifica com o ambiente, nem com as pessoas que frequentam o grupo, mas para sua surpresa, acaba conhecendo Augustus Water (Ansel Elgort) que sofria de osteosarcoma, que recentemente tinha passado por um tratamento, inclusive teve que amputar uma perna. Augustus estava ali para acompanhar seu melhor amigo que fazia tratamento de câncer.
Todas as impossibilidades de presente e de futuro estavam ali reunidas, a garota com sua cânula nasal e seu tubo de oxigênio indo para cima e para baixo, do outro lado o rapaz que perdeu uma perna, o medo de uma metástase, como superar e viver um amor em condições tão desfavoráveis, por quanto duraria? Quais as marcas deixadas naquele que sobreviver ao outro? São enigmas de quem tem pouco, pouquíssimo tempo para viver, de como aproveitar e viver intensamente o tempo que lhes resta.
Todo este conjunto de dúvidas, por alguns anos dominou meus pensamentos, ao assistir o filme, ali ao lado de minha filha, não parava de chorar, um desconforto, uma dor. As idades parecidas (dela e de Hazel), o ambiente de medo, das idas ao hospital, não é fácil lembrar. Mas, mais uma vez, minha filha estoicamente viu o filme (terceira vez) de forma tranquila, sem choros, mas jamais saberei ao certo o quanto ela viveu estas dúvidas, pois ela se revelou uma fortaleza, uma certeza de que superaria a doença, não se sente uma sobrevivente, mas uma vencedora.
São mistérios da vida, de como cada um encara uma situação grave, do quanto se é capaz de suportar as dores, mas principalmente das incertezas do amanhã. Neste aspecto, o filme, é uma janela para esta reflexão, de que o tempo, curto ou longo, pode ser vivido com a mesma força e intensidade de quem não lembra de que a vida pode findar a qualquer momento, estando ou não “marcado para morrer”.
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