George Soros é um personagem central no mundo dos megaespeculadores, um dos homens mais ricos e mais influentes do planeta. Nascido na Hungria, em 1930, no final da II Guerra mudou para Londres, aos 16 anos, entrou na London School of Economics, se tornando Doutor em Filosofia aos 24 anos, tendo como mestre Karl Popper. Depois de formado, muda-se para Nova York, em 1956, trabalho no mercado até fundar, em 1970, a Soros Fund Management, e se tornar um dos expoentes do Kapital.
A subida dos neoliberais ao Poder nos EUA, no início dos anos de 1980, com Paul Volcker no FED e Reagan na Casa Branca foi a virada final do controle do Estado, que passa definitivamente para as mãos dos Grandes Bancos, nomeadamente as do Goldman Sachs e dos demais grandes fundos especuladores, aqui tendo Soros como figura de proa e que passa a influir diretamente não apenas nos EUA, mas também no mundo, em particular, Soros, vai se dedicar a auxiliar à cruzada americana pela queda do leste europeu. Ele teve participação importante criando fundações de fachadas para financiar a oposição na Polônia (Solidariedade), na antiga Tchecoslováquia ( Charter 77) e na a ex-URSS ( Andrei Sakharov).
Como nos diz o site Correio do Brasil, numa matéria sobre Soros e Armínio Fraga, o bilionário “Em entrevista à rede norte-americana de TV CNN, Soros afirmou que “uma das coisas que muitas pessoas reconhecem (sobre ele) foi o financiamento das atividades dos grupos dissidentes na Polônia e na República Checa”, o que provocou a pergunta seguinte, se ele estaria “fazendo coisas similares na Ucrânia”. “Criei uma fundação na Ucrânia antes mesmo que o país declarasse sua independência da Rússia. Esta fundação está funcionando desde então e tem representado um papel importante nos acontecimentos atuais” – revelou Soros”.
Depois revela que “No portal de internet InfoWars, reportagem publicada há alguns dias rompeu o cerco midiático em curso quanto à realidade na Ucrânia ao apontar a participação de Soros, em colaboração estreita com a Fundação Nacional para a Democracia (USAID, na sigla em inglês) – que assumiu parte das atribuições da Agência Central de Inteligência (CIA, também na sigla em inglês) – no golpe de Estado. O Instituto Republicano Internacional, a Casa da Liberdade (Freedom House) e o Instituto Albert Einstein também foram citados como cúmplices no financiamento e na derrubada de governos na Europa Oriental e na Ásia Central, logo após a dissolução da União Soviética. Muitos dos participantes das manifestações em Kiev assumiram fazer parte de determinadas Organizações Não Governamentais (ONGs) responsáveis por treiná-los em táticas de guerrilha urbana, em numerosos cursos e conferências promovidos pela Fundação do Renascimento Internacional (IRF, em inglês), criada por Soros. A IRF, fundada e financiada pelo multimilionário, orgulha-se de ter feito “mais do que qualquer outra organização” para a “transformação democrática” da Ucrânia, afirmou”.
O histórico de Soros no mundo dos negócios é cheio de complicações, típicas dos especuladores vorazes, como em três casos gravíssimos:
1) Em 1988, os Socialistas perderam a maioria na França, o então primeiro-ministro, Jacques Chirac, começou um agressivo programa de privatizações, Soros, começa a comprar ações de estatais francesas, para facilitar a aquisição futura, logo depois foi acusado se ter informações privilegiadas sobre o programa de privatizações, sendo processado, um longo tempo até ser condenado em 2006;
2) Na Inglaterra, Soros é responsável pela Quarta-feira negra, 16 de setembro de 1992, ele deu um prejuízo de mais de 10 bilhões de dólares ao Banco da Inglaterra, num movimento de ataque especulativo à Libra Esterlina, apenas neste dia, Soros lucrou 1 bilhão de dólares, além de humilhar a autoridade inglesa;
3) Na Tailândia, em 1997, o Fundo Soros, especulou fortemente contra o Baht, levando o país inteiro à bancarrota, depois generalizou a crise por todos os “tigres asiáticos”, causando um baque na economia mundial naquele ano, culminado depois com a Crise da Rússia, tendo reflexo na maxidesvalorização do Real, que por coincidência, depois da crise em cadeia, Armínio Fraga, ex-funcionário de Soros se torna Presidente do BC, comandando a desvalorização do Real e a astronômica taxa de juros, que interessa a quem? Ah, claro, os megaespeculadores, mas isto tudo foi apenas uma coincidência;
Mas as ações “humanitárias” de Soros são as que mais chamam atenção, afinal a ação de especulador é do “jogo do Kapital”, mas Soros joga em TODAS. As fundações que ele cria nos lembra de outros bilionários americanos “filantropos” que trabalhava em dobradinha com a CIA pelo mundo “livre” do comunismo e pela “Liberdade”. Soros parece que assumiu o posto principal desta nova onda “pela democracia”, obviamente sem nenhum interesse financeiro, depois de “livrar” algum país da ameaça vermelha. A sua fundação mais famosa é a Open Society Foundation (OSF), que já se chamou OSI, será que mudou de nome por lembrar a sigla de uma famosa organização trotskista?
Mesmo prometendo não ser mera correia de transmissão da CIA, como nos conta o Correio do Brasil, sobre o recente golpe de Estado na Ucrânia de que “A ação de Soros, no entanto, permitiu que ultranacionalistas passassem a controlar os serviços de segurança ucranianos, como a polícia e as forças armadas. Em abril, o secretário do Conselho de Segurança Nacional e da Defesa, Andréi Parubiy, foi acusado por testemunhas de aceitar suborno da CIA para ajudar no combate àqueles que se opõem ao governo autoproclamado. Ainda segundo o InfoWars, a operação militar de Kiev, com seu caráter violento, incluindo o incêndio na sede de um sindicato em Odesa, no qual morreram mais de 80 pessoas, também pode ser atribuído ao ativismo de George Soros e das outras organizações ligadas à IRF”.
Diz ainda que “Estas mesmas ONGs foram detectadas no Brasil com um serviço semelhante àqueles prestados pela IRF à ultradireita na Ucrânia. A ONG Brazil No Corrupt seria mais uma na lista de organizações patrocinadas por organismos internacionais para a promoção de atos de vandalismo e de violência nas manifestações de rua, principalmente agora, às vésperas da Copa do Mundo, no movimento #naovaitercopa. Compete, ainda, a estas organizações, o patrocínio de páginas nas redes sociais, como a TV Revolta, entre outras, criadas para disseminar o ódio e promover a desestabilização do governo instituído, em manifestações violentas nas principais capitais do país”.
Na insuspeita Folha de S. Paulo, Nelson de Sá, escreveu um artigo, em setembro de 2013, ainda sob o calor das “jornadas de junho”, com um título provocativo “Quem paga a conta?” (aqui na íntegra via Observatório da Imprensa, Quem paga a conta?), em que mostra as relações da OSF com a “mídia livre” no Brasil, “Em abril, durante encontro de jornalismo no Texas, a Open Society Foundations (OSF), instituição mantida pelo investidor George Soros, patrocinador de campanhas democratas nos EUA e de bandeiras como a legalização da maconha, alertou uma série de sites latino-americanos de reportagem de que iria cortar a subvenção que lhes provinha. Entre os meios eletrônicos beneficiados listam-se o salvadorenho El Faro, o colombiano La Silla Vacía, o chileno Ciper e o brasileiro Agência Pública” (…)
“A reestruturação e a escolha do diretor brasileiro apontam para a priorização do tema das drogas nas ações regionais da instituição. Além da aproximação com FHC e Abramovay, o próprio Soros se encontrou com Lula há quatro meses, quando o ex-presidente recebeu prêmio do International Crisis Group, organização nova-iorquina também financiada, em parte, pela Open Society.
Paralelamente, o fundo de investimento de Soros, baseado nas ilhas Cayman, passou a investir no setor brasileiro de comunicações, um ano atrás. O primeiro passo foi a aquisição da operadora de TV paga Sunrise, de São Paulo. O segundo, o lançamento, há um mês, da On Telecom, operadora que começa oferecendo acesso à internet de banda larga no interior paulista.
Questionado sobre os interesses comerciais de Soros no Brasil, Abramovay –lembrando ainda não ter assumido seu cargo na Open Society– diz ter sido informado de que “há uma política muito rígida de separação das coisas, para que não exista nenhum conflito de interesses”. Para tanto, a fundação vem buscando cada vez mais uma “governança própria, independente da vontade” do investidor”.
Com todo o histórico das fundações, em particular as de Soros, tem como acreditar em qualquer coisa produzida e financiada por ele? Ou por qualquer fundação? Na mesma matéria, Mauro Porto, da Fundação Ford, famosa pelos casos da CIA, diz que As subvenções seguem “dois eixos estratégicos: a necessidade de atualização do marco regulatório para as comunicações e o monitoramento de como os meios tratam determinadas temáticas”. Segundo Porto, o projeto surgiu há dez anos, quando a fundação avaliou ser “fundamental, para consolidação da democracia no Brasil, a democratização dos meios de comunicação”.
Questionado sobre as doações de mídia da Fundação Ford nos anos 50 e 60, que seguiam a política externa dos EUA, como relata o livro “The Cultural Cold War” (no Brasil, “Quem Pagou a Conta?”, Record, 2008), Porto responde que “certamente ocorreram erros na história” da instituição, mas agora ela “atua com a mais absoluta independência e transparência”.
Ou seja, tudo se resume a “erros históricos” e que hoje atua com “absoluta independência”, é para rir? Os episódios da Ucrânia, o intenso ódio no Brasil, são frutos do mero acaso? Vamos esquecer que as correntes de petições públicas da Avaaz, outra entidade by Soros, são apenas ficção? Como fazer blog, mídia independente se associando com tais fundações com este “histórico” e currículo?
Há sempre um magnata para financiar um rebelde sem causa, mas o magnata sabe qual é a sua causa. No fim, o Real e a Fantasia se separam. Domingo passado, o bilionário Porechencko e os neofascistas assumiram o controle da Ucrânia, aqueles de boa-fé que protestaram na Praça Maidan, não terão o que comemorar. Certeza que nem nós, no Brasil, teremos o que comemorar indo nesta barca furada, nesta “revolução”, digo, Golpe.
muito bom!
Madona Santa, heim, Arnóbio? Estupefata, essa é a palavra que melhor posso colocar aqui sobre como me sinto após esta leitura. O homem, e nem é homem, deve ser um demo, é um Hitler resignificado.
E ainda foi encontrar-se com Lula? Lula tem sido muito educado, muito fino, em não revelar o conteúdo da conversa.
Grata por tudo, amigo, você é sensacional, leituras densas, profundas, imperdíveis. Aulas de História.
Abraços.