- Desde ontem aqui, na série sobre a Crise 2.0, estamos divulgando a grande mobilização dos trabalhadores e movimentos sociais da Europa, numa greve geral, realizada hoje. Os posts Crise 2.0: 14N – Greve Geral e Crise 2.0: #14N – Primeiras Notas da Greve Geral, mostravam a convocação e as primeiras imagens do imenso movimento, agora já um balanço maior do que foi este dia, um marco na luta contra os planos de Austeridade.
As matérias dos principais sites de notícias na Europa estão estampados com as manchetes e matérias sobre a vitoriosa greve geral. Mais uma vez, Espanha, Portugal e Grécia, estiveram na vanguarda do movimento com milhões de pessoas nas ruas, nas praças das grandes cidades, como Madri, Barcelona, Atenas, Lisboa e Roma. Na Espanha a greve paralisou 75% da indústria, mais de 60% dos transportes e metade do comércio, Agora no fim da tarde/noite as passeatas pelas ruas vão se juntando mais uma vez em frente ao parlamento. A despeito da violenta repressão com quase 100 presos e 35 feridos o povo foi às ruas do país.
A machete principal do site EuroNews : Europa na rua contra a austeridade , não restando dúvida da força do movimento e sua dimensão no continente, como relata a matéria: “A Europa mobiliza-se contra a austeridade, esta quarta-feira. Por todo o continente multiplicam-se as greves e as manifestações. Numa frente comum, a Península Ibérica está praticamente paralisada, com destaque para a Espanha, que assiste hoje à votação do orçamento do Estado para 2013.
Os espanhóis começaram a sair à rua pela manhã cedo e foi também bastante cedo que começaram os confrontos com a polícia, nas ruas de Madrid. 42 pessoas foram detidas logo nas primeiras horas do protesto.Os movimentos sindicais que organizam esta jornada de luta apelam a uma rejeição maciça da política de austeridade que “acentua a crise económica e social”.Em Portugal, na Grécia, em Itália e, aqui, em Espanha, os cidadãos há muito que sentem os efeitos:“Estão a tirar-nos todos os direitos. Estão a pôr-nos na rua, os bancos e os comerciantes. Estão a baixar-nos os salários. Já quase não temos direitos nenhuns”.
Em Espanha a greve atinge todos os setores. Mesmo alguns deputados do parlamento decidiram não votar o orçamento para ouvir, nas ruas, as mensagens do povo: “Não roubem tanto! Que não roubem tanto. Há gente muito necessitada e é uma pena”.E se é o sul da Europa que mais sofre neste momento, a solidariedade vem de todo o continente. França, Bélgica, Alemanha, Aústria, Holanda e mesmo alguns países mais a Leste têm paralisações e ações de protesto previstas neste 14 de novembro”.
Também informa que Portugal aderiu de forma massiva à greve geral, “os setores mais afetados são a saúde, a educação e os transportes. A maioria dos comboios estão parados e a TAP cancelou cerca de metade dos voos previstos para hoje. O metro de Lisboa está encerrado e os autocarros em serviços mínimos. “Nós somos obrigados, como é serviços mínimos, temos de vir trabalhar. Se não trabalharmos descontam muito ou então levamos um processo disciplinar,” conta Carlos, motorista de autocarros. Em dia de greve há que se tenha precavido. “Ontem já tinha visto os horários dos barcos, por isso já sabia que tinha barco de Cacilhas para aqui. Agora só estou à espera deste autocarro. Logo, logo estou no trabalho,” diz uma utente dos transportes públicos. A greve geral contra as medidas de austeridade do governo de Passos Coelho acontece no dia em que o Instituto Nacional de Estatística divulgou que a taxa de desemprego em Portugal subiu para 15,8 por cento, no terceiro trimestre deste ano”.
A Grécia que havia feito greve geral semana passada, hoje, paralisou por 3 horas em apoio ao movimento “em Atenas, as bandeiras de Portugal, Grécia, Espanha e Itália encabeçaram a paralisação de 3 horas, convocada pelos sindicatos, que percorreu o centro da cidade e terminou na Praça Syntagma, junto ao parlamento grego . Escolas, transportes e outros serviços públicos paralisaram em protesto contra “esta Europa”, mergulhada numa “austeridade cega” e numa forma de governação que é hoje criticada em 29 países europeus. Os sindicalistas gregos exigem “uma mudança de política em toda a Europa que invista na economia real, que promova o crescimento e a criação de empregos”. Os representantes sindicais afirmam que “só quando toda a Europa acordar finalmente é que eles (decisores políticos e econômicos vão ser obrigados a sentarem-se à mesa para analisar qual é o problema e porque é que as pessoas estão na rua”.
Um dia que sinalizar como o início de um basta, de que é possível lutar e não aceitar bovinamente os planos de Austeridade.
Maravilha. Só falta votar em quem preste. (Desculpe a implicância, mas sou inconformada com esses povos que votam na direita e depois saem às ruas em protesto; ah, vai ver é isso, votam na direita pra poder protestar mais.)